Por: Great Place To Work®

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10 maio, 2019 • 12:10

Pode parecer um luxo digno de ser concedido apenas por empresas grandes, mas um conjunto de políticas de RH que olham para as profissionais com filhos é fundamental para a construção não só de um excelente lugar para trabalhar, bem como de uma sociedade mais igual. Os cuidados para a primeira infância são essenciais para manter a satisfação dos funcionários, mas também estabelecer um bem-estar social.

Uma pesquisa divulgada no ano passado pela empresa de recrutamento Catho, revelou que 30% das mulheres já deixaram o mercado de trabalho para cuidar dos filhos. Entre os homens a porcentagem é bem menor: apenas 7%. Diante desses dados, não se engane: o que falta não é ambição feminina, mas um sistema de trabalho que permita o equilíbrio entre os múltiplos papeis desempenhados pelas pessoas.

Também foi constatado que a retomada da carreira é bem mais lenta para as mães do que para os pais: 21% delas levam mais de três anos para retornar ao trabalho após ter filho. A mesma situação para eles ocorre em apenas 2% dos casos.

5 cuidados para a primeira infância essenciais

1. Orientação para o cuidado do bebê

Tem empresa que oferece suporte às profissionais gestantes muito antes da licença-maternidade, ministrando cursos preparatórios. É o caso do Laboratório Sabin de Análises Clínicas, que se destaca por estender os ensinamentos para os futuros papais. No Programa Gestação, todas as gestantes e homens com esposas grávidas (mesmo que não atuem na empresa) recebem uma cartilha com diversas informações importantes a respeito desta fase e são convidados a assistir palestras bimestrais sobre a temática.

Em 2016, o RH incluiu uma prática no programa: o envio de um informativo para a liderança da gestante, visando facilitar a adaptação do/a líder e da colaboradora nessa nova etapa. O informativo traz os principais cuidados que o líder precisa ter com a gestante e explicações sobre as etapas da gravidez, além de orientar que o/a gestor(a) incentive continuamente a colaboradora a participar das palestras do programa.

Na CI&T, multinacional brasileira de soluções digitais, o Curso de Gestante e Paternidade Responsável inclui encontros com um(a) pediatra para explicações sobre vacinas, primeiros exames, alimentação etc. Já o/a ginecologista fala sobre exames pré-natal, tipos de parto, complementação de vitaminas, o papel do pai ao longo da gestão e outros temas. O curso ainda traz orientações sobre aleitamento, higiêne com o bebê e aula prática.

2. Licença-paternidade ampliada

Quando a legislação equipara deveres e direitos de homens e mulheres em relação aos cuidados das crianças, ideias (erradas) como “a criação dos filhos é obrigação da mãe” começam a ser desconstruídas. Por isso, fala-se tanto em ampliar a licença-paternidade como forma de contribuir para o avanço da carreira da mulher e, então, alcançar a equidade de gênero no mercado de trabalho.

Por meio do Programa Empresa Cidadã, organizações têm ampliado, não só a licença-maternidade para 6 meses, mas a paternidade para 20 dias — benefícios concedidos pela empresa que podem ser deduzidos do seu Imposto de Renda.

Uma das 150 Melhores Empresas para Trabalhar que aderiu ao programa foi a fabricante de alimentos para cães e gatos Special Dog. Foi em 2016 que ela lançou um programa voltado para a instrução dos pais e que inclui a licença estendida. Conforme estabelece o regulamento da Empresa Cidadã, a organização só concede os 20 dias de licença para aqueles que passarem pela atividade, a qual inclui orientações sobre como dar banho no bebê, trocar fralda, lidar com cólicas e febre, auxiliar no aleitamento etc.

3. Flexibilidade no retorno da licença

Apesar da licença-maternidade estendida, o retorno ao trabalho não é necessariamente fácil para as mães. Por isso, empresas como a farmacêutica Novartis adotam práticas de horário flexível específicas para as profissionais que têm filhos. Lá, desde 2017, as colaboradoras têm uma jornada reduzida na primeira semana após a licença-maternidade.

Para as mães da SAP Labs que atuam em áreas que exigem um turno alternativo de trabalho, é concedido um ano de isenção deste turno após o retorno ao trabalho. Já a Volvo permite que, na volta da licença-maternidade, as profissionais cumpram parte do expediente em casa e parte na empresa, prevendo uma carga de trabalho crescente nas dependências da organização nos meses seguintes até o bebê completar um ano.

4. Sala de aleitamento

Separar um espaço reservado e confortável para a coleta e armazenamento do leite materno das funcionárias que retornam da licença pode parecer um “capricho”, mas é um benefício que não requer altíssimo investimento e traz grande retorno. A Eurofarma, além de oferecer esse ambiente, custeia o aluguel da bomba elétrica para a colaboradora com dificuldade em amamentar, incluindo a entrega e a retirada do aparelho na residência da pessoa.

5. Suporte financeiro

O mais tradicional é o auxílio-creche. No caso da Monsanto, após  o retorno da licença-maternidade, toda colaboradora é reembolsada em até um salário mínimo e meio para despesas decorrentes com creche ou babá durante 24 meses. Já o Mercado Livre estende seu benefício financeiro até os 5 anos da criança.

Há também as organizações que dispõem de creche no local de trabalho. É o caso das unidades do Campo Belo e de Itapevi da Eurofarma. O benefício é totalmente gratuito e pode ser utilizado até 24 meses contados a partir do retorno da licença da funcionária.

Hoje, algumas organizações têm oferecido outros tipos de suporte financeiro, como a Leroy Merlin. Lá, as colaboradoras em licença-maternidade recebem uma cesta básica durante esse período, contribuindo para que o momento seja mais tranquilo para a nova mamãe.

A Magazine Luiza, por sua vez, criou o benefício Cheque Mãe: um depósito mensal de 250 reais para as mães investirem na educação dos pequenos. Como na maior parte dos casos é a mulher que se responsabiliza pelos filhos, essa prática foi adotada com o intuito de dar suporte financeiro a ela e, assim, tentar equiparar as oportunidades entre homens e mulheres em uma sociedade historicamente injusta nas relações de trabalho.

Se você quiser entender melhor a importâncias das empresas adotarem práticas de gestão de pessoas voltadas para a primeira infância, confira o bate-papo com a Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal:

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2 Comentários

  • Postado por: Patrick Rondino •

    Olá! Gostaria de saber em quais países já existe o ranking das empresas PARENT friendly e qual a previsão de acontecer no Brasil!

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