As constantes mudanças no cenário de inovação mundial, empresas, instituições e associações das mais diversas áreas de atuação têm o desafio de se posicionar como vanguardistas e estratégicas em seus mercados, para gerar mais visibilidade e oportunidades de negócio.
O principal desafio às marcas que se preocupam com sua longevidade e valor está em criar uma agenda que promova um relacionamento contínuo com todos os stakeholders, de forma a construir e gerar mudanças positivas na percepção da empresa, dos colaboradores e fornecedores, dos acionistas, dos consumidores e dos demais públicos diretos e indiretos.
A pandemia ampliou, para empresas de todos os portes e segmentos, a necessidade não apenas de atuarem dentro de seus propósitos, mas de compreenderem seu papel dentro de um ecossistema mais amplo, agindo assim com visão que se expande para além do crescimento nas vendas e na geração de lucro: está em jogo sua relevância social e, no limite, sua perenidade.
Indicado como uma novidade e tendência no mercado pós-Covid-19, o termo ESG (sigla, em inglês, para Environmental, Social and Governance) ou ASG (em português, referindo-se a questões Ambientais, Sociais e de Governança) tem sido usado para se referir a práticas de negócio e investimento relacionados a altos padrões de governança ambiental, social e corporativa.
O termo foi cunhado em 2004, e veio à luz em uma publicação pioneira do Banco Mundial em parceria com o Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU) e com instituições financeiras de 9 países, chamada Who Cares Wins (Ganha Quem se Importa).
A Global Network of Directors Institutes (GNDI), grupo que congrega institutos de governança ao redor do mundo, e que tem o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) como representante no Brasil, divulgou recentemente pesquisa intitulada “Board governance during the Covid-19 crisis: Análise dos Resultados Brasileiros”, na qual fica evidente que justamente as questões relativas à governança ambiental, social e corporativa estarão mais presentes na pauta dos conselhos de administração depois da pandemia de Covid-19. O ESG, ao menos na intenção e discurso, será prioridade dos boards após a pandemia: entre os 1.964 conselheiros que responderam às perguntas do estudo, 85% acreditam que, no longo prazo, as empresas darão maior foco a questões ESG, de sustentabilidade e de geração de valor para stakeholders. Outras tendências relevantes apontadas pelo estudo são a necessidade de reposicionamento dos negócios e o aumento na competição por talentos.
Esta tendência deverá se disseminar e fluir pelas diferentes instâncias organizacionais através de novos planos estratégicos e de comunicação, com o objetivo de integrar estes novos valores à rotina de pensamento e ação de cada instância corporativa, reforçada ainda pelo novo contexto, em que a resiliência das empresas, gestores e colaboradores que enfrentaram e passaram pela crise se mostrou um asset fundamental.
Para isso, as companhias precisam de atores à altura da missão: líderes inovadores, capazes de fomentar a criatividade em todas as frentes de ação, de gerar ambiente em que as melhores idéias são acolhidas e implantadas de forma rápida e coerente, em que ajustes nos rumos são feitos de forma ágil e sempre em linha com propósito e valores. Estes líderes, se capazes de se comunicar de forma clara e transparente com os diferentes stakeholders, criam um ambiente de confiança mútua, e daí decorre a valorização consistente da marca, gerando uma narrativa coerente, sólida e duradoura.
A comunicação corporativa é fundamental, portanto, para que a implementação do ESG aconteça de forma vibrante e efetiva, gerando engajamento, fomentando cooperação e respeito, em um processo de evolução e aprendizado coletivo.