O ano de 2016 entrou para a história como um ano difícil, duro, sofrível. Dos memes criados nas redes sociais às avalanches de notícias ruins, o mundo corporativo teve testada sua capacidade de adaptação – e superação. Dos times, foram exigidos resiliência, paciência e muito trabalho. Dos líderes, eficiência. Produtividade – não à toa – tornou-se novamente a palavra da moda nos cenários empresariais. Fazer mais com menos, com mais inteligência e mais criatividade.
Em 2017, o gás não será diferente. Será preciso suar muito para bater as metas, para alcançar os resultados traçados no final do ano passado, para engajar as equipes.
A boa notícia é que um ano novo traz sempre a sensação de recomeço. É hora de colocar ordem na casa e estabelecer as prioridades — na vida pessoal e profissional. Aproveitamos o final de 2016 para provocar os profissionais de recursos humanos sobre suas perspectivas para o ano seguinte. Afinal, o que o RH espera de 2017? Um bom ano, para resumir as mais de cem respostas que recebemos.
Para 41% dos nossos respondentes, o orçamento da área deverá aumentar em relação a 2016. Com mais dinheiro, será possível investir mais em pessoas. E para onde vai esse dinheiro? Capacitação e clima. Para 30% dos profissionais de recursos humanos, a prioridade deste ano será Treinamento e Desenvolvimento. Clima está em segundo lugar, com 26% de respostas. A última preocupação está na seleção de pessoas (3% apenas consideram a seleção como uma prioridade na área), o que indica uma tendência de mesmice nesta seara — e um risco para o negócio.
Contratar errado é o primeiro passo para o fracasso do time — e, consequentemente, para a queda dos resultados. E isso leva tempo para curar e custa dinheiro. Para fazer diferente, às vezes é necessário repensar todo o modelo, como fez a Heineken há três anos, em Amsterdã, na busca por um profissional para a área de marketing e eventos. Dos 1734 candidatos, 25 foram chamados para uma entrevista nada convencional. Com baixo orçamento e muito bom humor, a empresa resolveu fazer um vídeo da seleção, intitulado “O Candidato”. Após a edição, os próprios funcionários da Heineken votaram pelo candidato mais adequado à cultura da empresa. Em pouco tempo, o vídeo viralizou.
Mais do que mídia, no entanto, a Heineken conseguiu criar conexão entre a busca e sua essência. E isso faz toda diferença.
No Brasil, a mesma empresa inovou ao lado da Mars ao criar o primeiro programa de trainees integrado. Em duas edições do programa (2013 e 2014), as duas companhias recrutaram seus jovens e desenharam juntas um modelo inovador de desenvolvimento de talentos. Por meio de um único processo, os selecionados tiveram a oportunidade de trabalhar nas duas multinacionais e serem líderes de projetos que faziam parte dos dois negócios. Num ano em que a perspectiva é de aumento do quadro de funcionários (60% dos respondentes disseram que vão contratar mais pessoas) talvez seja necessário repensar algumas atitudes e mudar velhos hábitos. Parece clichê de réveillon, mas sempre vale como alerta. Um novo ano com expectativas tão otimistas merece um novo olhar sobre algumas práticas.