Por: Guilherme Gobato

Sócio-fundador e Consultor pela Diálogos Entre Nós | Diversidade e Inclusão

Por: Guilherme Gobato

Sócio-fundador e Consultor pela Diálogos Entre Nós | Diversidade e Inclusão

23 setembro, 2020 • 6:07

O que números como 7,8 bilhões, 72, 30 e 1 têm em comum? As mais de 7 bilhões e 800 milhões de diversidades humanas que vivem em nosso planeta contam há quase 72 anos com um conjunto de 30 artigos reunidos sob a égide da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), que em seu célebre Artigo 1º faz por reunir toda a humanidade existente como se fosse uma só. Acompanhem:

“Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.”

Adotada em 10 de dezembro de 1948 no âmbito das Nações Unidas com desejo de impedir outro Holocausto, a DUDH traz um conjunto de direitos inerentes a todos os seres humanos, independentemente de sua raça (em um contexto social e histórico), sexo (hoje melhor compreendido como gênero), nacionalidade, etnia, idioma, religião ou qualquer outra condição que remeta aos inúmeros marcadores sociais que nos atravessam.

Observem como Direitos Humanos e Diversidade têm tudo a ver. Primeiro porque humanizam todas as pessoas presentes na sociedade, na compreensão exata de que nascem livres e iguais em dignidade e direitos, sem distinguir entre “esta” ou “aquela” diversidade. E, não por acaso, dignidade é citada antes mesmo de direitos e volta a ser mencionada outras quatro vezes ao longo da DUDH. Esta palavra, aliás, tem ligação íntima com diversidade. É por meio da promoção da diversidade, por meio de um conjunto de fatores habilitadores que possibilitam expressarmos a melhor versão de nós mesmos, na pluralidade e dimensões possíveis que nos formam, que temos também a dignidade. E, assim, podemos ser quem de fato somos e amar quem realmente amamos. A DUDH entende que dignidade é base fundamental de todos os direitos humanos, fundamentados pelo respeito e pelo valor de cada pessoa.

Segundo, se educação, alimentação, saúde, trabalho e liberdade são alguns dos direitos que integram a DUDH, é via inclusão de diversidades que narrativas em sociedade podem ser viabilizadas e visibilizadas. Novamente pensemos em dignidade: pessoas com acesso a condições de ensino de qualidade potencializam suas habilidades intelectuais, que uma vez nutridas (de alimentos, para além de conhecimentos) podem manter condições de saúde satisfatórias para alcançarem trabalho justo como forma de sustento e desenvolvimento. Pensarmos em Direitos Humanos é pensarmos em seres humanos livres, é dialogarmos via equidade de oportunidades, reconhecendo que somos diferentes e acessamos de maneira distintas várias oportunidades em sociedade e, desta forma, precisamos tratar de forma desigual grupos em vulnerabilidade para alcançarmos a tão desejada igualdade entre pessoas.

Por último, resgato aqui o que sempre falo dentre as oportunidades que acesso por meio de meu trabalho em Diversidade e Inclusão: liberdade é viver sem medo, a exemplo da célebre resposta da cantora norte-americana de jazz, Nina Simone, quando questionada sobre este conceito.

Independente de nossos marcadores sociais que estabelecem nossos lugares de fala, agirmos pautados por respeito às inúmeras individualidades humanas, compreendendo que nossas diferenças acabam por nos igualar (já que são as desigualdades social e historicamente construídas que nos distanciam), representa, em última instância, o elo fundamental entre Direitos Humanos e Diversidade. Acolher nossas pluralidades e potencializá-las em prol de vidas dignas, via pertencimento, engajamento e acolhimento. Quer coisa melhor que isso?

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Confira mais artigos de Guilherme Gobato sobre diversidade:

+ Orgulho LGBTQIA+: um chamado por menos armários e mais amor

+ Vida digital: o novo normal para quem?

 

Crédito da foto: Business photo created by rawpixel.com – www.freepik.com

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