Por: Adriana Oliveira

Consultora de Relacionamento no GPTW | Pós-Graduanda em Comunicação, Diversidade e Inclusão nas Organizações

Por: Adriana Oliveira

Consultora de Relacionamento no GPTW | Pós-Graduanda em Comunicação, Diversidade e Inclusão nas Organizações

20 novembro, 2022 • 11:20

13 de maio, um breve resumo:

 A lei áurea deu liberdade total aos em torno de 700 mil escravos que ainda existiam no Brasil, abolindo a escravidão no país.  

As pessoas “próximas” a minha idade, da geração Millennial, lembrarão que na escola ouvíamos de nossos professores de história pouquíssima referência sobre 20 de novembro, mas sim sobre 13 de maio de 1888, como o dia a ser lembrado pela assinatura da Lei Áurea realizada por Princesa Isabel. Que em um ato “furtivo” enquanto seu pai Dom Pedro II estava numa viagem para tratamento de saúde na Europa, realizou a assinatura. 

Essa lei resultou na vitória dos conservadores que aboliram escravidão sem pagar indenização aos fazendeiros. 

Para a família imperial, consistiu na perda de apoio político e, para os escravos, a liberdade, ainda que sem integração social. 

A data valorizava mais Princesa Isabel como redentora do que a luta do povo preto escravizado, naquele momento por séculos no Brasil. 

Dando direito naquele dia à liberdade, porém sem nenhum tipo de: assistência, inclusão, integração efetiva do ponto de vista educacional, econômico, cultural na sociedade brasileira.  

Ao contrário, continuaram absolutamente excluídos na vida em sociedade.  

Enquanto isso, imigrantes europeus estavam chegando aqui em massa. Recebiam dinheiro, terras para se estabelecer e todo um processo de estabilização que negros não tiveram, após a assinatura da Lei Áurea

Então vamos a um breve resumo sobre Zumbi dos Palmares e 20 de novembro de 1695. 

Um breve parênteses: você sabe o que é um quilombo? 

Vem do idioma banto, sendo uma referência a “guerreiro da floresta”. Eram comunidades formadas por escravos fugidos das fazendas. Esses lugares se transformaram em centros de resistências dos escravizados negros que escapavam do trabalho forçado no Brasil. 

Então, quem foi Zumbi dos Palmares? 

Ele liderou o Quilombo dos Palmares, localizado no interior de Alagoas, o maior da América Latina, chegando a ter até 20 mil habitantes, que resistiam bravamente a escravização. Herdado de Ganga Zumba, outro grande Líder Quilombola que antecedeu Zumbi. 

Escravizados: fugidos, alforriados, rebelados de todas as regiões iam para quilombos e todos queriam estar no Quilombo de Palmares, o mais organizado. 

Zumbi foi casado com Dandara, com quem teve três filhos. Teve uma história breve de quinze anos de luta pelo seu povo e resistência através do Quilombo dos Palmares. Porém, foi pego numa emboscada, após um ano sobrevivendo pelas matas fugindo de seus inimigos. 

Foi encontrado e morto no dia 20 de novembro de 1695, estamos falando de 193 anos antes da assinatura da Lei Áurea! 

Zumbi teve suas mãos e cabeças decepadas e expostas em praça pública em Recife, a pedido do governador do estado, para mostrar como exemplo negativo do que acontecia com quem se rebelasse contra seus senhoris. O governador também exigiu este ato de exposição para acabar com a lenda de que Zumbi era imortal

Não tirando a importância do 13 de maio de 1888, porém, a lei libertou apenas 5% da população de escravizados, os demais conquistaram a liberdade por meios próprios, como: fugas, formação de quilombos, organização de irmandades para compra de alforria, entre outros. 

O dia 20 de novembro é referência porque celebra a resistência do Quilombo de Palmares, uma construção de vanguarda no meio de uma sociedade escravagista.  

Palmares existiu por mais de um século, reunindo não somente negros escravizados em busca de liberdade, mas também povos nativos e uma parcela da população branca em condição de pobreza, perseguida e explorada pela estrutura escravocrata. 

Dia 20 de novembro lembra mais que a morte do último grande líder de Palmares, mas a memória da resistência da população negra no Brasil. 

Quando olhamos para o ambiente corporativo e para as empresas reconhecidas por suas práticas, percebemos que a cultura, o conhecimento histórico e o olhar empático para as questões humanas é o que faz com que essas organizações sejam referência no mercado e reconhecidas como excelentes lugares para trabalhar para todas as pessoas. 

Falar de cultura organizacional, condições de trabalho, experiência dos colaboradores e resultados de negócio também é falar de diversidade e inclusão e, para isso, é necessário conhecer a história e as dores que atravessam a nossa sociedade.  

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Conteúdos Relacionados

Assine a newsletter do GPTW

e fique por dentro das nossas novidades

Inscreva-se