As cidades estão em constante movimento, com pessoas se deslocando para realizar diversas atividades da sua rotina, incluindo lazer. Segundo a pesquisa Viver em São Paulo: Mobilidade Urbana, feita pela Rede Nossa São Paulo em parceria com o Ibope Inteligência, em 2020, 26% da população gastava mais de 2 horas em deslocamentos diários, sendo os principais modais o transporte público e o carro particular.
Com a pandemia, foi possível perceber ainda mais que a maior parte desses deslocamentos diários são motivados por trabalho. A adoção do modelo de Home Office por parte das empresas causou impactos na mobilidade urbana das grandes cidades, diminuindo o trânsito e, consequentemente, a poluição do ar.
Porém, em 2021, com a flexibilização das medidas de restrição, o cenário ficou pior do que era antes da pandemia: em maio, 19,4% das pessoas trabalhavam ou estudavam em casa, enquanto 43% deslocavam-se no mínimo 5 quilômetros para chegar ao trabalho no Brasil (NZN Intelligence), paralelamente, no primeiro semestre do ano, a média de congestionamentos na cidade de São Paulo foi 163% maior que em 2020 (CET).
O que é mobilidade corporativa
A Mobilidade Corporativa diz respeito a todos os deslocamentos que acontecem por motivos de trabalho, por exemplo: o trajeto Casa-Trabalho diário, idas a eventos, reuniões com clientes e em outras sedes, viagens corporativas, e até o não deslocamento, como a opção do trabalho remoto e de reuniões por vídeo chamada. Esses deslocamentos têm impactos profundos para as empresas, os colaboradores e as cidades. São eles:
- Empresas: Gastos altos e desnecessários com benefícios de mobilidade, como Vale Transporte, reembolso, aplicativos de corridas, estacionamento, frotas, fretados e carros corporativos; baixa produtividade devido ao estresse e cansaço; impacto na marca empregadora (Employer Branding) pelo tempo excessivo de deslocamento; aumento do impacto ambiental e de emissões de CO₂.
- Colaboradores: Gastos desnecessários com deslocamentos; menos tempo para atividades de lazer, descanso e família; baixa qualidade de vida; aumento de estresse e baixa produtividade.
- Cidades: Aumento de congestionamentos e poluição do ar; gastos altos com manutenção do viário urbano e das opções de transporte público; diminuição do índice de qualidade de vida.
Mobilidade corporativa na pandemia
Como apontado anteriormente, as Mobilidades Urbana e Corporativa sofreram mudanças durante a pandemia da COVID-19, porém, com a retomada do modelo presencial e híbrido, observa-se a volta dos impactos relacionados aos deslocamentos. Para entender melhor esse cenário, trago mais alguns dados coletados na pesquisa realizada em maio de 2021 pelo NZN Intelligence, em parceria com o Estadão Summit Mobilidade Urbana, com mais de 2,2 mil respondentes das cinco regiões brasileiras:
- 42,9% se deslocam apenas para o trabalho;
- 45,3% mudaram a forma de se deslocar;
- 83,5% afirmam não sentirem segurança no transporte público durante a pandemia;
- 40,2% passaram a usar mais o carro para se deslocar;
- 12% passaram a usar aplicativos de carona;
- 32,3% pretendem andar mais a pé daqui para frente.
Os dados mostram que muitas pessoas se deslocam apenas para trabalhar e buscam um modal em que sintam segurança para a volta aos escritórios, recorrendo aos carros particulares, aplicativos de caronas e até andar mais a pé.
A busca e oferecimento de alternativas de modais — e até a flexibilidade dos horários de trabalho — para evitar que os colaboradores tenham que enfrentar horários de pico, é responsabilidade das empresas, uma vez que são as motivadoras dos deslocamentos.
O papel estratégico das empresas na mobilidade das cidades
Entendendo que a responsabilidade da mobilidade corporativa é das empresas, fica claro o papel estratégico que elas carregam sobre a mobilidade urbana nas cidades. E a pergunta que faço é: como pensar em um futuro do trabalho híbrido se as práticas de mobilidade corporativa continuam as mesmas?
Para auxiliar o início do planejamento estratégico da mobilidade corporativa, confira a seguir 3 dicas importantes.
1. Olhe para o ano passado e aprenda com os desafios
Como foram as experiências de volta gradual? O que os colaboradores acharam? Quais foram os pontos de atenção? Com um exercício de escuta ativa, as pessoas são incluídas no processo e você pode planejar ações futuras efetivas.
2. Reavalie o mix de benefícios de mobilidade
Na pesquisa Tendências de Gestão de Pessoas em 2022, realizada pelo GPTW, 53% das pessoas respondentes afirmaram que a política de benefícios da empresa sofreu alguma alteração após a pandemia. Entre elas, somente 10% respondeu que a organização alterou os benefícios pensando na mobilidade corporativa.
No entanto, os modelos de trabalho mudaram nesses últimos 2 anos e, se seu mix de benefícios de mobilidade está igual ou muito parecido ao do início da pandemia, vale a pena adequá-lo para acolher as novas necessidades das pessoas.
3. Comunique de forma clara e transparente
Os planos para a volta gradual são frequentemente alterados, certo? Certifique-se de manter a comunicação clara com seus colaboradores, assim você contribui para reduzir a ansiedade e incerteza geral.
Um exemplo de ação é a contratação de soluções inovadoras de mobilidade corporativa, como as do Bynd. Em meio à pandemia, ao adotar o Bynd Caronas — aplicativo que conecta colegas de uma mesma empresa com rotas e horários compatíveis para pegar e oferecer caronas para a ida e volta do trabalho — um dos nossos clientes proporcionou deslocamentos mais leves, seguros e saudáveis para seus 2.000 colaboradores.
Em 12 meses e com mais de 20% da base cadastrada no app, foram geradas 5.669 caronas, o que equivale a mais de 8 mil horas de networking espontâneo e 8,1 toneladas de CO₂ que não foram emitidos na atmosfera.
Agora é a hora de construir uma cultura de mobilidade corporativa que seja vantajosa tanto para a empresa quanto para as pessoas, trazendo estratégias eficientes e qualidade de vida.
Otimizar os modais já existentes na empresa e implementar políticas de mobilidade que dão o poder de escolha sobre o deslocamento para o colaborador é essencial para o impacto positivo na qualidade de vida das pessoas, das cidades e na melhoria dos índices de employer branding da empresa.
O futuro do trabalho deve ser construído junto ao futuro da mobilidade corporativa, mas, para isso, as discussões e mudanças sobre os deslocamentos dos colaboradores têm que acontecer dentro das empresas de forma estratégica e imediata.
Para saber mais sobre as novas formas de trabalho e as tendências para o pós-pandemia, baixe o relatório completo sobre o tema realizado em parceria pelo GPTW e a Bynd!