Por: Ruy Shiozawa

CEO do GPTW Brasil®

Por: Ruy Shiozawa

CEO do GPTW Brasil®

23 julho, 2020 • 9:00

O texto abaixo foi publicado originalmente na Revista Huma. Decidimos reproduzi-lo na íntegra com a autorização da revista porque entendemos que, mesmo tendo sido escrito em um momento anterior à pandemia no Brasil, o artigo foca em uma demanda que, mais do que nunca, surge como uma grande necessidade das empresas para se adaptarem à nova realidade do mundo. E, para nos adaptarmos ao “novo normal, as diretrizes do GPTW continuam sendo: cuidado com as pessoas, incentivo aos negócios e estimulo à cidadania.

No começo deste ano, lançamos a segunda edição do relatório de tendências de RH, do Great Place to Work (GPTW). Foram 818 executivos e executivas que compartilharam sua visão sobre a área de RH de sua empresa. Quando perguntamos quais seriam os principais temas a serem trabalhados pela área de gestão de pessoas em 2020, um item chamou muita atenção no levantamento: do total de respondentes, 68% assinalaram que a mudança de mindset da liderança é o foco.

A descoberta pode não parecer tão inovadora à primeira vista, mas ganha uma interpretação mais interessante quando analisamos outro dado da pesquisa. Segundo os participantes do nosso estudo, o principal empecilho para a inovação na empresa é a mentalidade da liderança (50% dos respondentes). Outros fatores como falta de recursos, conhecimentos e treinamentos também aparecem na lista, mas com uma porcentagem muito menor: 14% e 12%, respectivamente. Isso nos indica, dentre outras coisas, que o olhar do mercado sobre a jornada na Era Digital precisa de um ajuste.

No Great Place to Work, sempre afirmamos que os melhores resultados são alcançados por meio das pessoas e não apesar delas. Ou seja, quaisquer transformações e mudanças, passam pelo fator humano. Aliás, não apenas passam, como dependem do fator humano. Sem as pessoas, não é possível realizar mudanças, não é possível operar planos, não dá para construir algo diferente. Melhor dizendo: sem as pessoas verdadeiramente engajadas na missão.

Até pouco tempo, a transformação digital era comumente associada a elementos palpáveis, como se ela se resumisse à criação de uma área de TI, automatização de processos, adoção de Inteligência Artificial e troca de maquinário, por exemplo. Sim, conduzir uma transformação digital passa por esses elementos, mas ela inicia em outro ponto de partida: nas pessoas.

Nesse sentido, é fundamental ter uma liderança que entenda do que se trata a transformação digital na empresa e como ela é importante para os negócios. Se o líder ou a líder não for preparado(a) e empoderado(a) para isso, dificilmente essa mensagem chegará às outras partes da organização. Se ele ou ela não abraçar essa missão, como seu time fará o mesmo? Outro estudo, aliás, traz dados que colaboram com essa ideia.

Segundo uma pesquisa publicada em 2019 pela empresa de tecnologia da informação Wipro Digital, 59% dos entrevistados acreditam que o apoio inconsistente da alta liderança é uma das grandes dificuldades da transformação digital, bem como a falta de capacitação dos líderes para que possam preparar seus times para as mudanças ou treiná-los para as novas tecnologias (56%). Esse mesmo estudo revelou que focar na conscientização dos colaboradores durante os estágios iniciais da transformação digital é fundamental, já que pessoas e processos foram as maiores barreiras nos dois primeiros anos para as empresas que passaram pela mudança.

Então, independentemente do estágio em que a sua companhia se encontra no mundo digital, eu gostaria de fazer um convite: pare e reflita sobre qual nível a liderança da sua organização está nessa jornada. Porque, para operar uma transformação no seu negócio, primeiro é necessário transformar quem a faz acontecer. A verdade é que, seja como empresa, seja como sociedade, nós não fazemos nada e não vamos a lugar algum sem as pessoas.

Crédito da foto: Business photo created by wavebreakmedia_micro – www.freepik.com

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3 Comentários

  • Postado por: Cristina Ziviani Pena •

    Com o trabalho remoto e o distanciamento físico entre os profissionais, ficou ainda mais evidente a inconsistência do apoio dos líderes para a transformação digital. A pesquisa faz a constatação do que se sente “na pele” que são a insegurança, a necessidade de controle, a falta de capacitação dos líderes para que possam preparar seus times para as mudanças ou treiná-los para as novas tecnologias, dentre outros fatores.
    É preciso “desenvolver”a confiança e a maturidade nos relacionamentos profissionais.

  • Postado por: Aline •

    Olá, bom dia!

    Gostaria de solicitar um orçamento do treinamento Mindset de mudança.

    • Postado por: Great Place to Work •

      Olá, Aline!
      Obrigado pelo mensagem! Nossa equipe de Educação Corporativa irá entrar em contato.

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