Por: Carolina Pimentel

CEO da Great People ESG

Por: Carolina Pimentel

CEO da Great People ESG

5 julho, 2024 • 3:16

Nos últimos anos, as discussões sobre sustentabilidade ganharam muito mais espaço nas empresas. Igualdade de gênero, diversidade, liderança, saúde mental, entre outras, são algumas das temáticas que têm, sim, uma ligação direta com esse assunto.

Sustentabilidade empresarial se refere à capacidade de as empresas se perpetuar no tempo, com estratégias, ações e diretrizes para compreender e minimizar os impactos negativos e impulsionar os positivos gerados no meio ambiente e em suas relações.

Isso é bom para as pessoas e para o planeta, pois garante que as futuras gerações possam também usufruir de todos esses recursos, mas também é bom para as empresas, pois garante que elas vão durar por muito mais tempo e com uma maior projeção de crescimento no longo prazo. Segundo o último censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 60% das empresas no Brasil fecham em 5 anos, dado que alerta que a durabilidade das empresas no nosso país é preocupante.

As ações de sustentabilidade empresarial estão ligadas aos pilares da tríade ESG: Ambiental (Environmental), Social e Governança (Governance). Essa sigla foi usada pela primeira vez em um relatório do Pacto Global em conjunto com o Banco Mundial chamado Who Cares Wins, em que refletiram sobre como os investidores poderiam incluir a sustentabilidade em suas decisões. E neste artigo vamos conversar sobre como o Pacto Global pode ser um ótimo aliado na busca pelo ESG.

O que é o Pacto Global?

O Pacto Global da ONU (Organização das Nações Unidas) é a maior iniciativa de sustentabilidade do mundo. Seu objetivo é unir as empresas, ONGs e governos do mundo todo em prol do desenvolvimento sustentável. Para isso, existem 10 princípios relacionados a Direitos Humanos, Trabalho, Meio Ambiente e Anticorrupção, cujas empresas signatárias devem se comprometer a seguir:

  1. Apoiar e respeitar a proteção de direitos humanos reconhecidos internacionalmente.
  2. Assegurar-se de sua não participação em violações destes direitos.
  3. Apoiar a liberdade de associação e o reconhecimento efetivo do direito à negociação coletiva.
  4. Eliminar todas as formas de trabalho forçado ou compulsório.
  5. Abolir de forma efetiva o trabalho infantil.
  6. Eliminar a discriminação no emprego.
  7. Apoiar uma abordagem preventiva aos desafios ambientais.
  8. Desenvolver iniciativas para promover maior responsabilidade ambiental.
  9. Incentivar o desenvolvimento e difusão de tecnologias ambientalmente amigáveis.
  10. Combater a corrupção em todas as suas formas, inclusive extorsão e propina

Essa iniciativa surgiu em um contexto em que a grande maioria das conferências globais que tinham a sustentabilidade como tema principal eram destinadas somente aos governos. Com o passar dos anos, perceberam que o progresso não foi tão grande – e em relação às questões ambientais acabou piorando.

Com isso, em 2000, Kofi Annan, ex secretário-geral da ONU, teve a ideia de envolver as empresas nesse propósito, já que elas têm um potencial muito grande de impacto positivo e negativo. Assim, é criado o Pacto Global, unindo governos, ONGs e empresas do mundo todo na missão da sustentabilidade. Hoje, o Pacto Global conta com 16 mil membros em 160 países.

Pacto Global e Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)

/,No mesmo ano em que o Pacto Global surgiu, foram criados os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), que traziam 8 metas sustentáveis que deveriam ser realizadas até 2015. Nesta data, com o fim dos ODM, surgiram os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Essa nova agenda propõe 17 objetivos que devem ser cumpridos até 2030.

O Pacto Global e os ODS tem uma relação direta, de modo que, enquanto os princípios do Pacto Global representam o que as empresas devem fazer, os ODS mostram como colocar esses princípios em prática. No infográfico abaixo, é possível visualizar como eles estão totalmente ligados.

Fonte: Pacto Global

Como os negócios se beneficiam ao entrar no Pacto Global?

Com a ascensão do ESG, ou seja, da sustentabilidade empresarial, o interesse por investidores no assunto cresceu muito.

Em 2006 foi criado o PRI (Principios para o Investimento Responsável), uma parceria de investidores com o Pacto Global e com o UNEP FI (Iniciativa Financeira do Programa da ONU para o Meio-Ambiente). Essa iniciativa traz seis princípios para que os investidores tenham diretrizes de sustentabilidade na hora de investir. Hoje o PRI conta com 3 mil signatários de mais de 50 países e mais de 100 trilhões de dólares em ativos, segundo o Pacto Global.

Desse modo, o Pacto Global reúne empresas comprometidas com o desenvolvimento sustentável, de modo que investidores possam identificar quais delas realizam ações locais  voltadas para impactar o todo. Isso cria um diferencial competitivo interessante, indicando também para stakeholders (colaboradores, fornecedores, clientes e afins) o quanto aquela organização se preocupa com questões ambientais, sociais e de governança. 

Ter práticas ligadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e ao Pacto Global já é uma iniciativa reconhecida por investidores, já que o GRI (Global Report Initiative), que é um padrão internacional de relatórios de sustentabilidade, inclui em suas diretrizes o alinhamento das ações e estratégias da empresa com os ODS.

Como se inscrever no Pacto Global?

As empresas podem entrar no Pacto Global como signatárias ou como participantes. No primeiro caso, são as empresas que faturam menos de 50 milhões de dólares ao ano, e nesse modelo de inscrição elas não precisam pagar nada. 

As organizações que faturam mais do que esse valor automaticamente entram como participantes, com uma taxa que varia conforme o faturamento, e tem acesso exclusivo a materiais como webinars, relatórios, grupos de trabalho, treinamentos e afins.

Para se inscrever, a empresa deve preencher uma carta de compromisso que deve ser realizada no timbrado oficial da organização e assinada pelo principal executivo da empresa. Essa carta é endereçada ao escritório do Pacto Global em Nova Iorque, mas é anexada online, na plataforma da iniciativa. Confira o modelo de carta de compromisso.

Passo a passo da inscrição

  1. Preencha a carta de compromisso no timbrado oficial da empresa;
  2. Repasse essa carta ao principal executivo da organização, para que saiba dos compromissos e assine;
  3. Realize o cadastro no site do Pacto Global e anexe a carta assinada.

Ao finalizar o registro, o Pacto Global tem até 3 meses para avaliar e aprovar a inscrição. A empresa signatária ou participante se compromete a comunicar anualmente quais ações alinhadas aos ODS realizou naquele período. Esse relatório é chamado de COP (comunicação de progresso) e deve ser enviado na plataforma todos os anos. As organizações que não enviam o COP são excluídas do Pacto Global, reforçando a necessidade de colocar as ações em prática.

O Great Place to WorkBrasil é uma empresa signatária do Pacto Global e possui um projeto de voluntariado corporativo de impacto chamado Great Together. Confira nosso último COP, referente ao período de 01/01/2020 a 30/06/2021, e saiba mais sobre nossas práticas ESG.

Comece já a praticar sustentabilidade

Empresas que desejam dar os seus primeiros passos na sustentabilidade ou até mesmo serem reconhecidas por suas ações podem se beneficiar muito das diretrizes do Pacto Global e dos ODS, melhorando seu relacionamento e engajamento com stakeholders, tendo um diferencial competitivo muito relevante e ganhando atenção de investidores, além de ajudar a construir um mundo melhor.

A Great People ESG, empresa parceira do GPTW focada em ESG e sustentabilidade, está à disposição para auxiliar a sua empresa no processo de inscrição no Pacto Global e na implementação de práticas ODS na sua organização. Converse com nosso time de especialistas!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Conteúdos Relacionados

Assine a newsletter do GPTW

e fique por dentro das nossas novidades

Inscreva-se