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21 dezembro, 2021 • 11:33

Fazer a análise de perfil comportamental ajuda a conhecer as pessoas e estabelecer uma relação mutuamente benéfica entre colaborador e empresa.

Um dos segredos da boa gestão de pessoas é entender as diferenças e agir para extrair o melhor de cada indivíduo. Para obter os dados necessários e fazer isso, utilizamos da análise de perfil comportamental. Você já considerou aplicar essa estratégia na sua empresa?

É um tipo de teste em que não há certo ou errado nas respostas, mas aprendizado sobre as características dos colaboradores, líderes, candidatos, etc. Isto é, um perfil inadequado para uma empresa ou cargo pode ser excelente para outra, por exemplo.

Para entender a ferramenta e saber aplicar, é importante tirar todas as dúvidas e conhecer as suas funções. É o que você entenderá neste conteúdo. Continue lendo!

O que é análise de perfil comportamental?

A análise de perfil comportamental parte da coleta de dados e observação, a fim de entender quais são as tendências de uma pessoa em relação a atitudes, decisões e ações. Com isso, os profissionais são alocados em categorias que representam seus traços preponderantes.

Aqui, não saberemos como a pessoa vai agir em todas as situações, mas a sua linha condutora na maior parte dos casos. Logo, podemos aumentar a segurança e confiabilidade com que tomamos nossas decisões.

Qual é a importância para as empresas?

A análise comportamental pode ser utilizada por organizações de diferentes portes: pequenas, médias e grandes. Com ela, podemos verificar a adequação entre as características da pessoa e aquilo que necessitamos sobre diferentes pontos de vista.

Necessidades do cargo

A primeira dessas perspectivas são as necessidades do cargo. Além das competências técnicas, as funções podem exigir atitudes e comportamentos realizados consistentemente, e isso pode ser avaliado com base nos perfis comportamentais.

Para ilustrar a questão, em princípio um vendedor externo precisaria de mais resiliência que um profissional de dentro do escritório. Afinal, parte da rotina de vendas consiste em receber vários “nãos” até chegar a uma negociação positiva. Logo, poderíamos aplicar um teste comportamental para verificar a presença desse atributo em candidatos ao cargo.

Cultura forte

Outra avaliação possível é medir se o profissional se encaixa na cultura da empresa. Para as pessoas com fit cultural, trabalhar na organização é coerente com os valores e as crenças que defendem. Logo, são mais dispostas a mobilizar esforços para alcançar os objetivos do negócio. 

Os benefícios de engajamento, motivação e produtividade podem ser vistos no dia a dia. Se o líder dá uma ordem que vai contra o que a pessoa acredita, ela até por fazer a tarefa. Porém, dificilmente será com a mesma vontade e dedicação, por exemplo.

Composição de equipes

A análise de perfil comportamental contribui igualmente para entender o encaixe do colaborador na equipe. Desenhar uma equipe que facilite a conquista dos objetivos propostos será mais fácil se conhecermos as pessoas.

Imagine, por exemplo, uma linha de produção sem executores ou uma contabilidade sem analistas. Se um cargo demanda um perfil “X”, e entregamos “Y”, as chances de sucesso são reduzidas. Além disso, não estamos tirando o melhor do colaborador, que poderia entregar mais em outra função. 

Posição de liderança

Podemos refletir também sobre o que desejamos nas posições-chave. Como o gestor precisa ser, comportamentalmente, para tirar o máximo da equipe sob sua responsabilidade? Além disso, pode ser utilizada para orientar a formação de líderes, entendendo as soft skills que precisam ser desenvolvidas.

Relação humana

Por fim, conhecer o perfil comportamental ajuda a entender como as pessoas gostariam de ser tratadas e que situações as deixam confortáveis para dar o seu melhor. Assim, minimizamos o risco de, apesar de ter pessoas competentes ao nosso lado, não conseguirmos colocá-las nos contextos em que vão agregar o máximo de valor para a empresa. Também saberemos como abordar as pessoas no dia a dia e evitar ruídos de comunicação.

Quais são os perfis comportamentais?

Os quatro perfis comportamentais preponderantes no ambiente de trabalho são os seguintes: comunicador, executor, analista e planejador. Ao aplicar diferentes métodos para coletar informações sobre as pessoas, buscaremos compreender o perfil dominante em cada um para tomar decisões que vão melhorar o desempenho. Confira os principais.

Planejador

Profissionais com perfil planejador apresentam um comportamento linear. Além disso, a tomada de decisão é mais lenta, pois pessoas com essa característica tentam antecipar as condições e detalhar o caminho antes de agirem.

Assim, elas buscam definir uma estratégia mais segura para alcançar os resultados. Nas relações humanas, gostam de construir as soluções em conjunto, avaliando várias perspectivas antes de traçar o melhor rumo.

Executor

Este segundo grupo de pessoas não precisa de análises nem de planos detalhados. Profissionais executores rapidamente desejam se colocar em ação, lidando com os riscos e imprevistos à medida que eles surgem.

Nesse sentido, o executor é otimista e constante no cumprimento de tarefas. Porém, pode pecar pela falta de reflexão e planejamento ao realizar as suas atividades.

Comunicador

Já o comunicador se caracteriza por buscar conexões com as pessoas. Seu ponto forte é a capacidade de interação com outras pessoas, sentindo-se motivado ao dialogar, expressar seu ponto de vista e conviver com os demais.

Além disso, as pessoas com esse perfil podem contribuir significativamente para os processos criativos. Afinal, sua tendência é gostar da troca e compartilhamento de informações, ideias, pontos de vista e argumentos.

Analista

Por sua vez, o analista é um profissional minucioso e centrado na qualidade. Seu processo de decisão envolve o conhecimento e reflexão sobre todos os elementos do problema, entendendo a conexão deles para com o conjunto.

Em comparação com os demais perfis, é o mais introvertido. Além disso, é bastante comum que ele contribua em funções técnicas, que demandam seu estilo de pensamento rigoroso.

Vale ressaltar que o RH pode ajudar as pessoas no desenvolvimento individual com o uso do feedback. Por exemplo, profissionais com perfil planejador podem receber apoio para conseguirem ter mais produtividade na hora de colocar o plano em prática. Já os comunicadores podem ganhar consciência de que, por vezes, é preciso dar espaço para outras pessoas falarem.

Quais são os métodos de análise do perfil comportamental?

Os métodos ajudam a levantar dados e informações sobre os comportamentos das pessoas. Assim, podemos usar o conhecimento para entender em que perfil (planejador, executor, comunicador ou analista) a pessoa se encaixa.

Além disso, os testes podem criar categorias específicas que vão ajudar a detalhar a análise comportamental. Dessa forma, não só é possível identificar o perfil como conhecer as pessoas mais a fundo.

1. Teste DISC

O teste DISC é uma das ferramentas de desenvolvimento de pessoas mais utilizadas. Sua estratégia consiste no envio de um questionário sobre decisões e ações que a pessoa comumente realiza na vida. Assim, conforme as respostas, ela estará mais próximo de uma das quatro categorias da avaliação:

  • dominância (D);
  • influência (I);
  • estabilidade (S);
  • conformidade (C).

A dominância é comum nas pessoas que tomam a frente para realizar resultados, buscam o poder de decisão, assumem riscos e motivam-se por desafios.

Na influência, o traço é a capacidade de relacionamento e persuasão. É o profissional que consegue fazer os outros agirem e motiva-se por liberdade, criatividade e conexões humanas.

A estabilidade é o perfil mais ligado a gostar de segurança e manutenção dos contextos. É, portanto, alguém precavido e crítico, que prioriza minimizar riscos.

Já a conformidade é característica de quem se adapta bem a regras e padrões. É um profissional com elevado índice de obediência e apreço pela precisão das ordens e medidas colocadas no ambiente de trabalho.

2. Big Five

O Big Five, como a tradução já indica, avalia os cinco grandes traços que conduzem as pessoas. Também é um método que se utiliza de questionários e agrupamento de características:

  • abertura: a disponibilidade para o novo e a mudança;
  • conscienciosidade: o senso de responsabilidade e dever;
  • extroversão: a projeção da pessoa perante os semelhantes;
  • neuroticismo: o envolvimento com sentimentos e reações negativas diante das situações;
  • condescendência: o nível de aceitação e conformismo com as situações.

Aqui, o resultado será descrito em graus de correspondência com cada um das áreas, determinando-se o traço mais forte.

3. LABEL

A Lista de Adjetivos Bipolares e em Escala de Likert (LABEL) é um instrumento de avaliação aplicado por profissionais de Psicologia. Nele, obtemos um relatório completo com o mapa da personalidade do indivíduo, a partir de um questionário estruturado.

Com o auxílio de especialistas, podem saber se a pessoa é mais planejadora, executora, comunicadora ou analista. O resultado também pode ser apresentado conforme os critérios do DISC e do Big Five, entre inúmeras outras opções.

4. STAR

O STAR é um modelo para entender o comportamento, utilizando de entrevistas e observação relacionadas a problemas reais. Nele, o avaliador vai entender 4 pontos:

  • a situação em que o profissional estava inserido;
  • a tarefa que ele deveria ter cumprido;
  • a ação que foi implementada;
  • o resultado alcançado.

Esse é um modelo mais qualitativo. Em vez de indicadores e números, os envolvidos vão discutir os pontos-chave do comportamento e entender o que há por trás de cada etapa. Posteriormente, é possível avaliar qual foi a linha condutora: se o traço preponderante é de um planejador, comunicador, executor ou analista.

As pessoas são bastante diferentes em relação a comportamentos e atitudes. Assim, a empresa deve respeitar essas características e, ao mesmo tempo, avaliar se o profissional é o que precisam em termos de fit cultural, adequação ao cargo, convívio com a equipe, etc.

O cuidado com a análise de perfil comportamental ajuda a promover uma relação harmoniosa em que as duas partes estão confortáveis. Logo, reduz problemas como baixa motivação, turnover e absenteísmo, bem como ajuda a alocar o talento onde ele pode dar o melhor de si.

Se quiser estudar a importância da química entre colaborador e empresa mais a fundo, complemente a leitura com o artigo sobre fit cultural e obtenha informações detalhadas sobre o assunto!

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