Por: Daniela Diniz

Diretora de Conteúdo e Relações Institucionais

Por: Daniela Diniz

Diretora de Conteúdo e Relações Institucionais

18 dezembro, 2017 • 11:20

Disruptivo. Pivotar. Growth Hacking. Exponecial. Ágil. Essas não são apenas palavras da moda, mas representam o vocabulário da nossa Era. Gostar ou não gostar não é uma questão. Adaptar-se é o único caminho. Assim como outros períodos da nossa história — o Agrícola, o Industrial — não temos como pular de fase ou ficar presos no passado, lamentando os bons tempos que não existem mais. “Bom mesmo era no tempo da máquina de escrever”; “Saudades de quando não tínhamos um smartphone que nos obrigava a ler e-mails no fim de semana”; “Sinto falta de me dedicar por meses e meses num projeto sem ter a pressa para acabar”. Esse tipo de lamentação não vai trazer seu tempo de volta, tampouco irá render resultados.

Claro que você é livre para ajustar o ritmo da sua vida aos seus valores — você pode, perfeitamente, mudar para uma praia isolada e vender coco para os turistas. Sem problemas. Mas esse não é o mundo dos negócios. O mundo das empresas. O mundo das relações de trabalho. Na vida real, máquinas de escrever viraram lindos enfeites — inclusive nas pousadas de praias distantes. Na vida real, os smartphones chegaram às mãos de um bilhão de indivíduos no planeta em apenas oito anos! Apenas como comparação, o telefone fixo levou mais de um século para atingir esse volume de pessoas. Na vida real, se esperarmos estar “prontos” para lançar um projeto agora, corremos o risco de morrer.

Isso tudo pode parecer chato, triste, frio, efêmero, superficial, injusto — o que você quiser. Mas este é o mundo que estamos vivendo. Negar essa velocidade, ignorar a agilidade das ações, fechar os olhos para a tecnologia é assinar um atestado de isolamentoE ninguém sobrevive sozinho.

A beleza desta Era está justamente na união de forças (ao contrário da concorrência predadora que vivemos na Era anterior). Precisamos uns dos outros para ir mais longe; para descobrir o novo; para ganhar tempo, escala e espaço. A colaboração em rede nos faz mais fortes, mais ágeis, mais interessantes. Mas é preciso estar aberto ao novo — inclusive aberto aos concorrentes. E esse talvez seja o maior desafio do nosso tempo.

Uma mudança de Era como a que estamos vivendo representa mais do que um jeito diferente de trabalhar. Significa um novo jeito de pensar, transforma o ambiente, a cultura e o modo de vida das pessoas. A transição da Era Agrícola para a Era Industrial exigiu de nós a mesma mudança de postura e de pensamento. E sobrevivemos. Aprendemos. Crescemos.

A única diferença entre a mudança de fases do mundo é a sua velocidade. Segundo alguns especialistas, a Era Digital que já vivemos estará em pouco tempo cedendo lugar a outras revoluções que trarão novas e nova Eras. Isso significa que nossa adaptação deve ser rápida e nosso aprendizado eterno.

O problema é que ainda ouvimos muita gente reclamando desse tempo, reclamando da tecnologia, reclamando do senso de urgência, das mudanças voláteis, do sentimento de incerteza, do paradoxo das relações. Os que não reclamam, se assustam. Acham que não vão dar conta deste mundo novo e que não estão preparados para a transformação digital. Sem perceber que já estão na jaula para enfrentar o leão.

E isso não tem a ver com seu domínio ou familiaridade com a tecnologia, mas sim com sua disposição em aprender. Pois se tem uma coisa que essa nova Era nos traz — além da beleza da cooperação — é a oportunidade de nos reinventarmos sempre. De conhecer o novo várias vezes. De se envolver com várias atividades ao mesmo tempo.

Dentre as inúmeras provocações feitas no maior encontro de inovação do mundo, o Singularity University Global Summit, que ocorreu em Setembro, em São Francisco, destaco a de que, em poucos anos, todos trabalharão para aprender ao invés de aprender para trabalhar.

Nesse meio tempo ou pouco tempo, não há tempo para lamentações. Não podemos pensar e agir com a cabeça da Era Industrial e seu pensamento linear, previsível e repetitivo. Podemos até comprar uma máquina de escrever, mas nossa história será escrita em outra plataforma. A pergunta, portanto, não é se você está preparado. Mas se você está disposto a mudar.

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