Por: Daniela Diniz

Diretora de Conteúdo e Relações Institucionais do Ecossistema Great People & GPTW

Por: Daniela Diniz

Diretora de Conteúdo e Relações Institucionais do Ecossistema Great People & GPTW

11 dezembro, 2023 • 8:46

Nova Geração Y: será mesmo que a Geração Z é tão diferente da sua antecessora ou estamos apenas repetindo os mesmos estereótipos que usamos para criticar a entrada dos Millenials no mercado de trabalho? 

Impacientes. Insubordinados. Infiéis. Há cerca de quinze anos esses adjetivos costumavam rotular os jovens que estavam entrando no mercado de trabalho. Diferentemente do que aconteceu com a Geração anterior, a X, a chegada dos Millenials, como ficaram conhecidos os profissionais nascidos entre 1980 e 1995, ganhou notoriedade.

Páginas e páginas de mídia e muitos eventos corporativos eram pautados em cima da discussão sobre o “choque de gerações”, expressão que ficou até um pouco desgastada com o passar dos anos.

Os Millenials chegaram meio que chutando o balde, exigindo mais qualidade de vida e questionando as regras do jogo corporativo, sem pedir muita licença para subir rápido na hierarquia. Se a relação não estava muito favorável, não pensavam duas vezes para pular fora e procurar outro lugar que os valorizasse mais.

Se alguém acha que essa história está se repetindo neste século XXI, pós pandemia, é porque temos uma nova leva de jovens entrando no mercado de trabalho. Se é Z, Y ou Alpha não importa. Estamos falando de jovens, que desde que o mundo é mundo, chegam de forma diferente, questionando o status quo e provocando mudanças no ambiente.

Ainda bem que é assim.

Transformações geracionais

A tal segurança no emprego, por exemplo, morreu quando a Geração X (os nascidos entre 1965 a 1980) entrou no mercado de trabalho no início dos anos 90.

Ao chegar nos escritórios com a crença que ascenderiam na carreira e ganhariam dinheiro suficiente para ter uma aposentadoria tranquila, os representantes dessa geração se depararam com as organizações enxugando seus quadros de forma mesquinha e dispensando milhares de funcionários que permaneceram leais a seus patrões.

Naquela época, a Geração X estava entrando no mercado e viu os Baby Boomers se escondendo sob suas mesas, implorando: “não me demita; eu investi meu tempo nesta empresa e tenho sido leal”. Ao mesmo tempo, ouviam a seguinte resposta das organizações: “não leve isso para o lado pessoal, mas temos de desligá-lo”, afirma Carolyn A. Martin, diretora da RainmakerThinking Inc, especialista em desafios multigeracionais em ambientes de trabalho no livro Millenial Leaders: Success Stories From Today’s Most Brilliant Generation Y Leaders, de Bea Fields; Scott Wilder, Jim Bunch e Rob Newbold.

Vocês podem não acreditar, mas o X já foi Z. Ou melhor, a Geração X já foi jovem. E é disso que que se trata esse artigo.

Embora tenhamos características específicas para cada geração — afinal as pessoas nascem em momentos diferentes na sociedade, não podemos correr o risco de rotular os profissionais pelo ano do seu nascimento — e pior, culpar os mais jovens (e obviamente menos experientes) por resultados pífios ou entregas medíocres.

Se ao entrar no mercado de trabalho, a Geração X questionou a lealdade e passou ser menos fiel que seus antecessores, provocando mudanças importantíssimas nas relações de trabalho, a Geração Y, por sua vez, levantou sua voz para falar de propósito, buscando trabalhar para pessoas e lugares que estivessem mais alinhados aos seus valores pessoais. Fruto de um momento histórico em que o planeta começa a ser olhado de forma diferente e a pauta diversidade entra com mais afinco nas organizações.

Geração Z: a nova geração Y

Hoje, a Geração Z (1995 a 2010) que fez sua estreia num dos momentos mais complexos do mundo do trabalho — no meio de uma pandemia — aprendeu que é possível trabalhar com flexibilidade e vem exigindo mais liberdade nas suas funções. Nada surpreendente numa sociedade cada vez mais digital que aprendeu em pouco tempo a trabalhar de qualquer lugar.

Em vez de olhar para os mais jovens com resistência e usar estereótipos como muletas para sustentar argumentos, devíamos abrir os olhos e, principalmente os ouvidos, para os que eles têm a dizer e o que podem oferecer.

Prestar atenção para a forma como os mais novos enxergam o mundo (e o futuro) pode nos ajudar a criar mais, desenvolver novas soluções e promover as mudanças necessárias. Ao olhar para o futuro do trabalho, dá uma espiada no passado e perceba que foi justamente as mudanças provocadas pelos novos profissionais que fizeram as organizações evoluírem — e chegar aonde estamos hoje.

No final das contas, todos nós queremos as mesmas coisas: respeito, confiança, remuneração justa, propósito no que se faz, qualidade de vida e liberdade para trabalhar. A cada nova geração, aumentamos um pouco essa lista. E isso é saudável para todos. Não importa quantos anos você tem ou quanto tempo você já viveu. Se estamos falhando em um desses pilares, estamos falhando com todos. Com os mais jovens e com os jovens há mais tempo.

Envolver-se com a “nova geração Y” ajuda a moldar novas possibilidades para o mundo do trabalho, aproveite a sua visita para compreender a relação da Geração Z com liderança!

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