Por: Aline Bernardes

Gerente de Conteúdo e Branding na Great People

Por: Aline Bernardes

Gerente de Conteúdo e Branding na Great People

5 maio, 2022 • 11:05

Todo dia tem pelo menos uma empresa anunciando uma nova política de trabalho. Na maioria das vezes, adotando formatos 100% remotos ou híbridos, possibilitando que as pessoas trabalhem de onde e como quiserem. Enquanto essa tendência já não é novidade para muitas pessoas e organizações, ainda há muitas empresas e lideranças que se assustam com essas políticas de trabalho flexível e tão pouco (ou nada) presencial.

Mas não dá mais para ignorar que, para o trabalho, o legado da pandemia é a flexibilidade. Não necessariamente o trabalho híbrido ou remoto, mas a possibilidade de fazer diferente e de adaptar as práticas da empresa de acordo com a realidade do momento e, o mais importante, de acordo com as pessoas.

Afinal, não vivemos mais num mundo em que as pessoas se dividem: uma parte para apresentar no trabalho, outra para a “vida pessoal”. Somos pessoas completas, com personalidades, desejos, necessidades e experiências que transitam entre o pessoal e o profissional (e muitas outras facetas), sem nos permitir o desligamento de parte de nós ao ocuparmos determinados espaços.

Pode até ser que algumas características se recolham em certos momentos para que outras se sobressaiam, mas desligar? Jamais.

Exigir essa ruptura parece história de drama psicológico. E, na verdade, é. Quem já assistiu ao seriado Ruptura sabe do que estou falando. Na série, pessoas se voluntariam para passar por um procedimento cirúrgico de divisão das lembranças: quando estão no trabalho, não se lembram do que acontece na vida lá fora, e vice-versa.

A história enfia o dedo na ferida da discussão sobre o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, mostrando como pode ser bizarro vivenciá-las de forma completamente separada. Sem contar que, obviamente, perdemos algo valioso no meio do caminho.

Não precisamos nos romper para chegar ao equilíbrio, nem nos exaurir tentando dar conta de tudo com a mesma intensidade sempre. Na verdade, nem é o equilíbrio entre “pessoal e profissional” que devemos buscar, como se estivéssemos falando de duas coisas diferentes que precisam coexistir.

O que precisamos correr atrás é de uma existência equilibrada e flexível, em que trabalho, lazer, relacionamentos, família, saúde, diversão, dores, alegrias e tudo o que nos compõe enquanto seres humanos consiga existir na proporção necessária em cada período da vida.

Às vezes trabalhar mais, às vezes descansar mais. Priorizar o que merece prioridade. Sem romper com o que somos para dar conta do que nos exigem.

O trabalho precisa se encaixar na vida lá fora, assim como a vida lá fora precisa se encaixar no trabalho. E é aqui que o rompimento com as barreiras do escritório pode ajudar. Mas é importante lembrar: não basta acabar com os espaços físicos e manter o pensamento tradicional e rígido de trabalho.

É necessário flexibilizar normas, políticas e práticas. Dar autonomia, confiar na equipe, capacitar a liderança, criar ambientes saudáveis (física e emocionalmente), investir em diversidade e inclusão, comunicar, escutar, repensar e reestruturar sempre, para não dar abertura para o enrijecimento.

O futuro do trabalho é flexível e, para isso, nós também temos que ser.

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