Por: Great Place To Work®

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6 junho, 2023 • 10:30

O capacitismo é um preconceito reconhecido nas organizações, mas que ainda é bastante presente. Apesar dos profissionais entenderem o seu impacto, são poucos os que possuem o conhecimento necessário para gerenciar e desenvolver ações efetivas no ambiente de trabalho.

Assim, o capacitismo no trabalho é uma forma de preconceito em que pessoas com deficiência sofrem discriminações no ambiente corporativo, podendo ser percebido por meio de ações diretas ou indiretas.

Se você quer saber como identificar ações capacitistas na sua empresa e o que o RH pode fazer para evitá-las, continue a leitura.

Como o capacitismo pode se manifestar no ambiente de trabalho?

O capacitismo no trabalho é o reflexo de comportamentos e percepções que foram desenvolvidos e enraizados. Assim, ele se manifesta por meio de falas e atitudes que podem parecer “inofensivas”, mas que carregam o peso da discriminação.

Dentre elas, estão:

  • exclusões de candidatos em processos seletivos, alegando possíveis limitações ou falta de competências para o cargo;
  • ambientes físicos, processos internos e ferramentas de trabalho que não oferecem a acessibilidade necessária, dificultando o desempenho das atividades;
  • equipe e lideranças despreparadas e que, pela falta de conhecimento e orientações, podem gerar conflitos;
  • planos de desenvolvimento e carreira que não promovem a equidade entre colaboradores;
  • normalização de comportamentos e atitudes capacitistas;
  • assédios e discriminações diretas.

Como evitar o capacitismo na sua organização?

O comprometimento com a conscientização sobre o capacitismo deve estar intrínseco à cultura da empresa.

Isso significa que não basta apenas documentar e institucionalizar políticas, é preciso garantir que a cultura da empresa não fomente este comportamento discriminatório.

Para isso, a gestão de pessoas deve desenvolver algumas ações fundamentais. Veja a seguir.

Oriente a equipe

O primeiro e mais importante passo é garantir que os membros do time tenham o conhecimento sobre o que é o capacitismo e como ele se apresenta, tanto no ambiente de trabalho quanto na vida pessoal.

Isso porque, como sociólogos já apresentaram, a ignorância é a principal raiz do preconceito. Afinal, atitudes discriminatórias são o resultado de hábitos culturalmente reproduzidos pela sociedade.

Desse modo, a cultura e os treinamentos devem ser orientados para esclarecer os caminhos e direcionar a equipe pelo modelo ideal de convivência.

Treine a liderança

“O exemplo começa de cima.”

Além do próprio setor de gestão de pessoas, os principais responsáveis por garantirem que o capacitismo não se faça presente no ambiente organizacional são as lideranças.

Por isso, além da preocupação em promover treinamentos e workshops sobre o tema para todos os colaboradores, os líderes devem exercer o papel de assumir o compromisso com esta missão, garantido que o comportamento de seus liderados estejam alinhados com a cultura de inclusão.

Estimule o trabalho em equipe

O trabalho em equipe permite que colaboradores estejam alinhados por um mesmo propósito e demandem esforços por um objetivo em comum. Assim, este comportamento facilita a integração entre os membros da empresa e promove uma percepção empática sobre o outro.

Além disso, um dos principais benefícios do estímulo ao trabalho em equipe está na quebra de possíveis barreiras de comunicação.

Afinal, quando bem guiado, todas as pessoas do time terão a oportunidade de contribuir com as atividades ou projetos, facilitando a criação de um ambiente mais inclusivo.

Evite o protecionismo e alinhe as expectativas

Como explicamos, a liderança será o principal responsável por garantir que o capacitismo não esteja presente no ambiente organizacional. Por isso, atitudes protecionistas devem ser evitadas para que os colaboradores não sejam discriminados com comportamentos diferenciados.

Isso não significa que as possíveis dificuldades devem ser ignoradas, mas que a gestão está comprometida em garantir as melhores condições para que excelentes resultados sejam alcançados.

Para isso, o estabelecimento de uma comunicação clara e expectativas alinhadas é a chave.

  • esclareça as responsabilidades do cargo;
  • alinhe expectativas e resultados;
  • desenvolvam planos de trabalho adaptados às necessidades dos colaboradores e colaboradoras;
  • mantenham ciclos de feedbacks e planos de ação regulares;
  • ofereça autonomia para que os membros do time desenvolvam as tarefas.

Desenvolva planos de carreira para pessoas com deficiência

Para combater o capacitismo na empresa, o RH deve ir além da igualdade e promover a equidade nas oportunidades de crescimento e desenvolvimento de todos os integrantes da empresa. Dessa forma, os planos e políticas de carreira também devem estar voltados para os colaboradores com deficiência.

Estudos comprovaram que menos de 10% dos profissionais com alguma deficiência chegam a ocupar cargos de liderança nas empresas, demonstrando a necessidade de uma nova abordagem para a elaboração das políticas de remuneração e crescimento.

Quando não existem perspectivas de crescimento, os colaboradores e colaboradoras passam a se sentirem desestimulados, isolados e apresentarem baixo engajamento no ambiente profissional.

Estabeleça uma comunicação clara

E este canal não deve conectar apenas o colaborador com o RH, mas deve garantir que a liderança também está ativa na promoção de soluções e melhorias no ambiente de trabalho.

Para isso, o estabelecimento de uma comunicação clara desde o onboarding do colaborador é essencial. Assim, é preciso esclarecer que a empresa está comprometida em evitar casos de discriminação, reconhecer limitações no cenário atual e criar um canal em que o colaborador sinta abertura de se expressar livremente.

Além disso, todas as adaptações devem ser feitas em função da promoção de melhores condições de trabalho para que maiores resultados sejam alcançados. E isso só é possível quando a gestão busca a resposta para alguns questionamentos, como:

  • quais as nossas limitações hoje?
  • nossas ferramentas, processos e modelos de trabalho viabilizam a inclusão?
  • onde podemos melhorar?

Trabalhar aceitação e identificar níveis de rejeição da equipe

Um dos possíveis principais desafios está em trabalhar a aceitação dos membros do time. É preciso manter diálogos abertos e regulares com a equipe e gestores, promover a sensibilização dos colaboradores e aplicar políticas punitivas quando necessário.

Afinal, se a cultura está apenas no papel, mas a empresa não se posiciona contra comportamentos discriminatórios, não é possível promover um ambiente verdadeiramente inclusivo.

Qual é o papel do RH na luta contra o capacitismo?

Do mesmo modo que as empresas estão fomentando em grande escala ações e políticas de inclusão, não somente os processos internos devem ser trabalhados, mas o principal fator que direciona o comportamento da equipe: a cultura organizacional.

Quando o RH e as lideranças buscam desenvolver ações e práticas que visam a construção de uma postura de inclusão verdadeira, o capacitismo é eliminado e passa a ser percebido, naturalmente, como um comportamento discriminatório.

Assim, é papel do RH desenvolver esta mentalidade e capacitar os integrantes da empresa, promovendo não só a igualdade, mas também a equidade para os colaboradores e colaboradoras.

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Como você percebeu, o combate ao capacitismo deve ser assumido como uma missão diária do RH e das lideranças. Mas, infelizmente, este tipo de preconceito é apenas a ponta do iceberg.

Trabalhar políticas de — verdadeira — inclusão tem sido um compromisso das empresas com a sociedade. Assim, além da luta contra o capacitismo, existem diversas outras barreiras geradas pelo preconceito que devem ser quebradas e novas culturas estabelecidas.

E para entender este cenário e transformar a sua empresa, você pode contar com a expertise do GPTW For All, referência na transformação e certificação dos ambientes de trabalho no Brasil e no mundo.

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