Por: Caio Sigaki

Chief Digital Officer (CDO) do GPTW

Por: Caio Sigaki

Chief Digital Officer (CDO) do GPTW

16 agosto, 2019 • 2:46

Falar sobre transformação digital, VUCA, FOMO etc está em alta hoje em dia — aliás, já há algum tempo. Todos os CEOs estão tentando se atualizar em relação aos conceitos da chamada Era Digital, mas, na verdade, poucas empresas de fato têm conseguido “virar a chave”. Um estudo da consultoria norte-americana Bain & Company mostra que apenas 8% das empresas globais conseguiram atingir os resultados de negócio desejados com os seus investimentos em transformação digital.

Recentemente, um estudo feito pelo escritório do Great Place to Work nos Estados Unidos mostrou um cenário crítico: das empresas que constam no banco de dados da consultoria, a maioria está em um estágio de inovação entendido como “de atrito”. São organizações nas quais os líderes e colaboradores percebem uma inércia organizacional ao tomarem decisões, ao experimentarem novas abordagens, ou ao responderem às mudanças do mercado. Embora essas empresas ainda consigam encontrar algum sucesso, elas não percebem seu potencial e podem enfrentar dificuldades para se adaptar ou inovar.

A notícia boa é que, no recorte das 100 Best Companies to Work For (o equivalente ao nosso ranking nacional publicado anualmente pela revista Época Negócios), o resultado em termos de capacidade de inovar é mais animador. Nesse recorte, a média de inovação do grupo ultrapassou o estágio considerado “funcional”, rumo a um ritmo de inovação mais acelerado.

O que impede a transformação completa?

Falta de interesse sobre o tema definitivamente não é o problema. No calendário de eventos do mundo corporativo quase sempre encontramos pelo menos um conteúdo voltado para os dilemas da transformação digital. No Google, a busca por esse termo também cresceu muito nos últimos anos, tanto aqui no Brasil quanto no resto do mundo.

Transformação Digital.1

Transformação Digital.2

Talvez, o grande entrave para a execução dessa mudança seja a obsessão corporativa por fórmulas. Transformar verdadeiramente o seu negócio não é simplesmente colocar um processo manual dentro de uma ferramenta ágil, fazer um workshop de Design Thinking, criar seu programa de hackathon ou contratar uma startup SaaS para ajudá-lo no processo de contratação.

Para garantir o sucesso da transformação digital, é extremamente importante olhar para a forma de pensar — e, claro, a necessidade de alterá-la. Em um processo revolucionário desses, a mentalidade digital deve ter um fim em si mesma, ou seja, o foco deve ser a adoção dessa mentalidade, e não motivações puramente financeiras, como a satisfação dos acionistas.

Acredito que o maior exemplo que temos hoje em nosso mercado é o case do Magazine Luiza, empresa do setor de varejo que valorizou mais de 100 vezes nos últimos 3 anos e que, de novo, configura no ranking As 150 Melhores Empresas para Trabalhar no Brasil (confira a lista das premiadas em 2019 aqui). A estratégia de transformação da varejista foi liderada pelo atual CEO, Fred Trajano, mas não foi colocada em prática do dia para a noite. Pelo contrário! O processo começou lá atrás, em 2004, quando o executivo assumiu a área de tecnologia da organização.

No decorrer dessa longa jornada, os colaboradores e líderes à frente do projeto puderam se concentrar na missão de desenvolver a operação digital do Magazine Luiza de maneira sustentável e duradoura, sem a necessidade de se preocupar com o resultado da empresa na bolsa. Não existia essa pressão internamente, de modo que a mentalidade digital era, de fato, o fim em si mesma.

Uma estratégia de transformação digital bem sucedida como a do Magazine Luiza começa de cima e precisa ter alinhamento estratégico. Sem o apoio do board e do CEO, dificilmente conseguimos mudar a mentalidade e a cultura da empresa toda de verdade. E, sem esses dois itens, é impossível transformar o negócio.

Para saber como o GPTW tem lidado com essa transformação de modo a ser algo de impacto e de longo prazo, confira o artigo na íntegra AQUI.

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