Atualmente, até cinco gerações estão, simultaneamente, no mercado de trabalho. Cada uma com valores, princípios e bagagem cultura diferente. Toda essa transformação cria tipos de funcionários variados, e a gestão de pessoa precisa pensar nessa diversidade para criar motivos que estimulem a permanência.

Existem vários estímulos para a permanência de uma pessoa dentro da empresa. Remuneração, pacote de benefícios, progressão na carreira, clima organizacional, etc. Para cada tipo de funcionários, há um estímulo diferente que pode ser feito.

Se você deseja diminuir a rotatividade na sua empresa é importante pensar que só os salários não bastam para estimular a permanência da maioria das pessoas colaboradoras.

Como os funcionários se sentem no trabalho?

Antes de conhecermos os variados tipos de funcionários, precisamos refletir sobre os nosso sentimentos no trabalho. Em uma pesquisa realizada pelo Great Place To Work, questionamos as pessoas sobre “Quando você pensa sobre o seu trabalho atual, a sua reação é”:

1. “Quero sair logo daqui”
2. “Quero ficar enquanto estiver bom”
3. “Quero permanecer para sempre”

Nos resultados, o primeiro grupo “Quero sair logo daqui” representou 20% do total da nossa amostra de 430 respondentes. São pessoas que querem deixar a empresa o quanto antes. Provavelmente, estão insatisfeitos e querem trabalhar em outro lugar, ou estão planejando uma transição de carreira.

O segundo, já maior (30%), é composto por trabalhadores que desejam permanecer na empresa por um tempo médio, de um a cinco anos. Podemos entender que esse pessoal seja uma tendência do mercado, devido à instabilidade da economia e também às novas competências que são exigidas, assim como o alto nível de empregabilidade e empreendedorismo das pessoas nos mais diversos setores.

E o terceiro grupo é o maior, contemplando 50% dos pesquisados: eles querem ficar por muito tempo onde trabalham — mais de 5 anos! Aliás, quase um terço do total querem ficar até a aposentadoria. São pessoas que se mostram altamente satisfeitas com seu trabalho e têm valores alinhados com aqueles da organização onde atuam. Isso não é ótimo para as empresas? Depende.

As pessoas podem sair se tiverem suas expectativas quebradas, então os gestores devem preservar o repositório de confiança. Além disso, a própria organização também pode entender que a pessoa não é mais adequada para o seu lugar, já que vivenciamos tantas mudanças nos últimos tempos.

Os motivos de permanência

De forma complementar, perguntamos por quais motivos as pessoas permanecem no local que trabalham. Dos 1.288 respondentes, tivemos as mais variadas respostas, desde as causas mais nobres (reputação, ambiente de trabalho, propósito), até aquelas menos fortes (localização, estabilidade, necessidade de um emprego).

Há um grupo considerável — de 29% do total — que permanece na empresa por remuneração e benefícios, o que é normal e esperado. Um segundo grupo importante (34%) é aquele que continua onde atua pelos aspectos soft da organização: flexibilidade de horários (10%), ambiente de trabalho (16%) e gestor (a) (8%).

Em seguida, há um grupo que provavelmente é aquele que melhor se vincula ao trabalho, pois permanece na organização pela sua reputação (7%) e propósito (10%). Por último, o quarto grupo — de 20% do total — é o mais instável, com maiores probabilidades de saídas, pois há pessoas que ficam no trabalho apenas por localização (6%), estabilidade (7%) e necessidade de um emprego (7%).

É importante ressaltar que os motivos que fazem uma pessoa permanecer no seu trabalho é diferente daqueles que a fazem sair. Temos algo que denominamos “intenção de sair”. Quando alguém aponta essa possibilidade, é sábio deixá-lo sair, que será algo melhor para todos os envolvidos: a empresa, o gestor, a equipe e o próprio funcionário. Pense sempre sobre isso.

Os 8 tipos de funcionários

Essa pesquisa reflete um pouco sobre os variados perfis de funcionários. É necessário compreender que existem pessoas que vão conectar aos valores da empresa. Enquanto outras vão preferir o trabalho por motivos mais práticos, como a localização.

Um cuidado fundamental da gestão de pessoas é não definir um funcionário. É importante conhecer sua personalidade, ciente de que são capazes de modificar a partir de feedbacks ou avaliação de desempenho.

1. Funcionários proativos

Os funcionários proativos são aqueles que antecipam as demandas. Eles não esperam por ordens para começar um trabalho, agem de forma autônoma e buscam resultados por meio do seu trabalho. São pessoas que esforçam para encontrar a solução dos problemas, antes mesmo que cheguem ao conhecimento da liderança.

Eles podem ser grandes aliados da gestão, principalmente por buscarem os resultados de forma proativa. Geralmente, a proatividade também estimula a buscar conhecimento, procurando desenvolver suas habilidades cada vez mais.

2. Funcionário produtivo

Um perfil interessante dos funcionários proativos é formado pela inovação e criatividade. Eles buscam desenvolver novas ideias e maneiras de realizar o seu trabalho, buscando melhorar os resultados do seu trabalho.

Por serem dinâmicos, gostam de metas e trabalham para superá-las. Entregam as atividades propostas, seja desempenhando-as só ou em grupo.

3. Funcionário avaliador

O funcionário avaliador pode, muitas vezes, parecer uma pessoa indecisa. Com o receito de tomar uma decisão errada, gostam de avaliar minuciosamente todos os passos. Por isso, requerem feedbacks constantes da equipe.

Essa insegurança pode ser uma questão pessoal como também um estímulo da empresa. Se há punições em casos de erros, os funcionários ficam receosos em tomar uma decisão mais ousada ou inovadora.

4. Funcionário sociável

O perfil sociável tende a se colocar em atividades em grupos, pois gosta de estar trabalhando em equipe. Geralmente, uma troca de área pode afetar a sua produtividade, pois criam relações com seus colegas de trabalho.

Em muitas empresas, esse perfil acaba liderando tarefas e times, exatamente por sua habilidade em se relacionar com as pessoas e incentivá-las a fazer o trabalho juntos.

5. Funcionário influenciadores

Assim como o perfil sociável, os funcionários influenciadores gostam de ter pessoas ao seu redor. Esses colaboradores inspiram os outros, encorajando-os e ajudando bastante.

Eles podem influenciar os colegas para aspectos positivos, mas também podem afetar negativamente quando eles estão desestimulados ou insatisfeitos com alguma questão.

6. Funcionário medroso

O caso de colaboradores medrosos um aspecto importante de se fazer é ter proximidade. Em muitos casos, essas pessoas podem ser entendidas como medrosas por serem tímidas. E, nesse sentido, ficam com vergonha de pedir ajuda ou conversar com outras pessoas.

A aproximação, nesse caso, é fundamental. Um estímulo interessante é incentivá-los a procurar cursos de oratória e teatro, os quais estimulam a quebra da vergonha.

7. Funcionário peça-chave

O perfil peça-chave é aquele que faz tudo: planeja, resolve, executa e cobra por melhorias contínuas. É um funcionário que é essencial para as empresas, pois estimulam o crescimento.

Esse funcionário, porém, não chega pronto. Ele é uma evolução na relação com a empresa, criando uma aproximação, uma compreensão e associação entre ele e a organização. Para isso, o clima organizacional saudável é fundamental.

8. Funcionário organizado

A organização é fundamental e os profissionais que tem essa característica são bastante requisitados, pois tendem a construir uma estrutura de trabalho positiva e impactar positivamente os seus colegas de trabalho.

Conhecer os tipos de funcionário é uma maneira de construir uma organização que preocupa com as pessoas. A desta perspectiva, a gestão de pessoas pode articular ações que coloquem os funcionários no centro e o façam permanecer na empresa.

Agora que você conheceu os variados tipos de colaboradores, chegou o momento de conhecer o conceito de Employee Experience e o seu impacto no clima organizacional.