Por: Great Place To Work®

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16 abril, 2024 • 8:24

Grumpy staying é uma tendência no cenário do mercado de trabalho. Diversas pessoas encontram-se insatisfeitas em suas funções, mas se deparam com a impossibilidade de pedir o desligamento do emprego.

A permanência forçada pode resultar em um mau humor persistente e criar um clima desfavorável no ambiente de trabalho. Como resultado, prejudica a cooperação, engajamento e produtividade das equipes, entre outros fatores.

Compreender essa tendência é fundamental para gestão de pessoas. Ao estabelecer estratégias para diminuir o impacto do grumpy staying, cria-se um ambiente organizacional mais saudável.

O que é grumpy staying?

Grumpy staying é a permanência com um mau humor persistente e fruto da insatisfação com o trabalho. A expressão pode ser traduzida como “permanência rabugenta” ou “permanecendo de mau humor”. A insatisfação tornou-se uma tendência, influenciando no desengajamento das pessoas colaboradoras

Origem do Grumpy staying

A origem do grumpy staying é o período pós-pandemia nos Estados Unidos da América. Foi um momento em que milhões de norte-americanos pediram o desligamento do emprego. O período ficou conhecido como a Grande Renúncia (Great Resignation ou Big Quit).

Contudo, nem todas as pessoas conseguiram manifestar a insatisfação com a mudança de empresa. O resultado foram tendências ligadas ao desengajamento no trabalho, com diferentes formas de manifestar a insatisfação com as organizações.

Uma das reações das pessoas insatisfeitas foi a desistência silenciosa (quiet quitting). Inúmeras grupos adotaram um comportamento de redução do esforço no trabalho ao mínimo possível para manter o emprego.

Outro fenômeno estimulado pelo grumpy staying foi a a desistência ruidosa (loud quitting). Nele, a pessoa expressa a sua insatisfação no trabalho, deixando claro que busca uma maneira de se desligar da empresa.

O grumpy stayig é uma dessas novas tendências de desengajamento que precisam ser tratadas pelas empresas. Embora não expresse diretamente o desejo de deixar a empresa, pessoas nesse estágio não fazem nenhuma questão de esconder a insatisfação. O que é notório no mau humor constante no trabalho.

Como lidar com essa tendência?

O grumpy staying sempre existiu em algum nível nas empresas. Quase todo mundo já trabalhou com alguém insatisfeito e continuamente mau humorado, não é mesmo?

A diferença é o nível de comportamento organizacional. Ao deixar de ser uma atitude individual para se tornar uma tendência grupal ou organizacional, os riscos para a empresa são expressivos.

Rotatividade, permanência de talentos, produtividade e outros indicadores podem sofrer um impacto significativo. Por isso, é fundamental prevenir e tratar as tendências de desengajamento o quanto antes.

Olhe para as soluções e recursos disponíveis

As causas da insatisfação podem assustar pela quantidade e diversidade de demandas. É importante observar todas as questões, sem perder o foco na solução.

Um bom começo é refletir sobre os recursos disponíveis:

  • algumas empresas podem ter atividades que permitem a flexibilidade de horários;
  • outras apresentar cargos técnicos que admitem a carreiras diferenciadas;
  • um terceiro grupo ser capaz de oferecer capacitações e mentorias.

A pergunta que estimula esse raciocínio é “o que podemos fazer de diferente?”.

Outro processo importante é mapear as insatisfações das pessoas colaboradoras. Um mecanismo essencial para essa análise e construção é a pesquisa de clima. Nela, as pessoas poderão abordar suas dificuldades, insatisfações e sentimentos com franqueza. 

Mantenha uma comunicação positiva

Receber um feedback negativo é desafiador. É um momento de gerenciar emoções e sentimentos para aprender e solucionar as questões levantadas.

Uma linguagem positiva será relevante para que as demandas das pessoas que vivenciam o grumpy staying sejam reconhecidas. Não se trata de concordar integralmente, e sim de respeitar, ter empatia e saber ouvir, ainda que os resultados tenham divergências  da própria percepção sobre o tema.

A comunicação não violenta (CNV) é uma ótima ferramenta nesse contexto. Ela estimula a observação neutra das situações, assim como o reconhecimento de sentimentos e necessidades nas interações humanas. Também possibilita uma comunicação com mais chances de ver as demandas atendidas.

Ouça a sua equipe

A escuta ativa é uma ferramenta-chave para entender a situação e lidar com o grumpy staying. Esse modelo coloca o receptor da mensagem como igualmente responsável pela compreensão do conteúdo.

Quem ouve precisa se sentir verdadeiramente presente com hiperfoco para compreender a fala. Deve comunicar pontos que não foram entendidos, realizar as perguntas certas e, sempre que possível, adotar medidas para não esquecer as informações, como anotações.

Defina um plano de carreira

Um ponto sensível para permanência nas empresas é o plano de carreira. O que a pessoa faz cotidianamente precisa estar conectado às oportunidades de crescimento e valorização profissionais. Do contrário, é difícil estabelecer um porquê para o engajamento e motivação nas tarefas atuais.

No plano de carreira, as oportunidades e as regras do jogo são comunicadas com transparência. Isso mobiliza as equipes, que buscarão formas de se adaptar aos requisitos apresentados, com objetivo de receber os incentivos oferecidos.

Uma boa prática é conhecer as técnicas de recrutamento interno para diversificar as oportunidades. Tais medidas trazem ganhos para a proposta de valor da empresa, complementando os benefícios financeiros.

Entregue flexibilidade no trabalho

O comportamento mau humorado pode vir do desejo de equilíbrio entre vida pessoal e trabalho. Relações familiares, projetos pessoais, prática de esportes e exercícios físicos e atividades de lazer são exemplos.

Há várias maneiras de implementar a flexibilidade. Aliás, esses mecanismos foram ampliados com o tempo para adaptar a jornada, otimizando o tempo das pessoas na organização.

Técnicas para flexibilizar a jornada de trabalho:

  • trabalho híbrido.
  • jornada de tempo parcial.
  • compensação de horas.
  • banco de horas.

Levante dados sobre a produtividade ao longo da jornada de trabalho e sobre uso do tempo. Isso ajudará a desenhar modelos mais flexíveis, compreendendo as reais demandas dos cargos.

Invista em desenvolvimento de pessoas

O desenvolvimento de competências torna as promoções mais realistas. Enquanto as capacitações são pontuais e focam as necessidades imediatas, o desenvolvimento auxilia as pessoas em suas jornadas na organização.

A ferramenta está conectada ao plano de carreira e à perspectiva de crescimento. As pessoas sentirão mais valorizadas e terão a autoestima revigorada, aprendendo coisas novas. Por isso, tendem a ficar mais satisfeitas quando as organizações investem nas equipes.

Crie um ambiente saudável

As pessoas influenciam e são influenciadas pelo ambiente de trabalho. Uma experiência positiva pode causar a mudança de chave e melhorar o humor das equipes.

É fundamental incentivar relações de amizade e camaradagem na empresa. Eventos, comemorações internas, capacitações em grupo, almoços e cafés temáticos podem ser uma boa estratégia de aproximação.

Outra prática positiva é contar com ambientes para a descompressão do estresse. Salas de jogos, espaços de bem-estar, áreas para prática de exercícios de mobilidade, salas com sofás e puffs são exemplos.

As organizações também podem cuidar da saúde mental no trabalho. Tornar os feedbacks mais construtivos, reconhecer os resultados, oferecer benefícios ligados à prática de exercícios e alimentação saudável e promover o equilíbrio entre vida pessoal e profissional reduzem as chances de grumpy staying.

Invista na capacitação de lideranças

As lideranças são justificativa para 8 de cada 10 pedidos de demissão, em média. O grumpy staying pode ser causado quando a equipe está em mãos despreparadas.

Diferentemente dos cargos anteriores, a liderança é uma atividade de trabalho com pessoas. O desafio não é realizar apenas as próprias entregas, mas melhorar o desempenho das equipes por meio de engajamento e motivação.

As competências comportamentais ganham um peso dobrado. Imagine, por exemplo, um excelente profissional de vendas que recebe uma promoção. Agora, essa pessoa tem o desafio de fazer o grupo estar motivado e engajado, o que é uma tarefa diferente de quando bastava vender muito.

Invista em uma pesquisa de clima organizacional

Um diagnóstico preciso será o ponto de partida para lidar com o grumpy staying. O método mais completo para realizar a avaliação do ambiente de trabalho, experiência e satisfação das pessoas é a pesquisa de clima organizacional.

Sua proposta é avaliar a empresa sob o olhar das pessoas que trabalham nela. Por isso, fornece uma visão que, frequentemente, é ignorada pela gestão e será a chave para identificar os pontos de melhoria.

Por que a tendência do grumpy staying vem crescendo?

O grumpy staying é uma tendência de desengajamento. Pessoas que não estão satisfeitas, mas permanecem pela necessidade financeira ou falta de oportunidades internas tendem ao comportamento.

Em sua pesquisa Global, State of the Global Workplace 2023, o Gallup questionou as pessoas sobre as mudanças mais desejadas nas organizações em que trabalham. Três tópicos foram citados por 85% dos mais de 100 mil respondentes:

  • 41% — engajamento ou cultura.
  • 28% — salários e benefícios.
  • 16% — bem-estar.

Esse dado mostra que as insatisfações estão além das questões financeiras. No Brasil, por exemplo, há vários resultados da pesquisa que merecem reflexão:

  • 45% das pessoas relataram estresse diário no trabalho.
  • apenas 28% se sentem engajadas;
  • 20% dos respondentes brasileiros indicam sentir raiva diariamente nas empresas;
  • somente 44% relatam vivenciar um bom clima na organizacional.

O cenário mostra uma insatisfação elevada com os ambientes de trabalho. É perceptível a tendência ao estresse e sentimentos negativos, sendo relatados por quase metade das pessoas. Além disso, a minoria dos brasileiros está satisfeita com o clima organizacional na empresa.

Como o GPTW ajuda a identificar o cenário grumpy staying?

A maior parte das insatisfações está em questões além dos salários e benefícios. Por isso, é fundamental mapear as lacunas na experiência para entender quais são as tendências de desengajamento e suas causas.

A Pesquisa de Clima Organizacional Trust Index™ é a solução do GPTW para conhecer a fundo a sua empresa, a partir da perspectiva das pessoas. Os questionários de avaliação fornecem uma visão geral e setorial do ambiente de trabalho, avaliando cada um dos temas relevantes para gestão de pessoas.

A metodologia do GPTW avalia cinco diferentes dimensões:

  • credibilidade;
  • respeito;
  • imparcialidade;
  • orgulho;
  • camaradagem.

Para cada, há um índice de favorabilidade a ser atingido (70%). Ou seja, o ambiente de trabalho é avaliado em diferentes perspectivas, tentando detectar se ele é um local no qual as pessoas confiam na liderança, confiam em seus colegas de trabalho e gostam do que fazem.

O estado de espírito das pessoas ficará mais evidente, assim como os processos que precisam passar por mudanças. Os resultados também são comparados com o benchmark de outras empresas com o selo GPTW..

Como resultado, a visão da gestão é complementada pela perspectiva das pessoas e pelas referências de mercado. Esse diagnóstico completo será o ponto de partida para as mudanças.

O grumpy staying é uma tendência que surge da insatisfação das pessoas e gera uma tendência de desengajamento. Utilizar a pesquisa de clima é uma forma de ouvir as equipes, compreender as demandas e buscar soluções. Conheça agora mesmo as estratégias do GPTW para aprimorar o clima organizacional e proporcionar uma excelente experiência para as pessoas que trabalham em sua empresa!

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