Por: Suellen Moreira

Head de Marketing e Eventos do Great Place To Work® Brasil

Por: Suellen Moreira

Head de Marketing e Eventos do Great Place To Work® Brasil

26 junho, 2025 • 12:02

“Communication is not about speaking what we think. Communication is about ensuring others hear what we mean.” 
(Comunicação não é dizer o que pensamos. É garantir que os outros entendam o que queremos dizer.) – Simon Sinek   

Comunicar pode até parecer simples, afinal, a comunicação está presente em praticamente tudo o que fazemos. Mas entre comunicar e comunicar com eficácia, há um caminho importante a ser percorrido. O papel estratégico da comunicação interna passa pela compreensão dessa diferença. 

A definição clássica do dicionário já traz essa complexidade: comunicação envolve a transmissão e a recepção de mensagens entre emissor e receptor, por meio de linguagens e códigos comuns. 

No contexto das empresas, garantir que essa troca seja clara, coerente e efetiva é um desafio constante e um dos fatores que mais impactam a experiência das pessoas em todos os níveis hierárquicos. 

Neste artigo, compartilho reflexões e aprendizados sobre como a Comunicação Interna pode contribuir de forma estratégica para a construção de uma cultura organizacional forte, engajada e, é claro, de confiança. Em outras palavras, para transformar empresas em excelentes lugares para trabalhar. Não à toa, Confiança, pertencimento e alinhamento são pilares centrais da metodologia do Great Place To Work®.  

A liderança e a comunicação interna 

No centro do Efeito GPTW nas organizações está a liderança. Quando os líderes se comunicam de forma clara, transparente e coerente, fortalecem os vínculos de confiança com suas equipes. A Comunicação Interna é o suporte que garante que essa liderança se torne visível, acessível e próxima. Traduz estratégias, amplia o diálogo e reforça os valores e comportamentos esperados. 

Essa comunicação eficaz molda a experiência dos colaboradores, garantindo que todas as pessoas — independentemente de sua função, tempo de casa ou perfil — se sintam informadas, incluídas e valorizadas. Isso potencializa sentimentos de orgulho e camaradagem, fundamentais para o engajamento e para o sentimento de pertencer a algo maior. 

Ao sustentar essas experiências, a Comunicação Interna atua diretamente na consolidação da cultura organizacional. Além de reforçar o propósito da empresa, promove rituais e reconhece conquistas, sendo a principal guardiã da coerência entre o discurso institucional e as práticas cotidianas. 

Com isso, cria-se um ambiente mais sólido, inovador e colaborativo, impulsionando resultados como produtividade, permanência das pessoas, eficiência e impacto positivo nos negócios e na sociedade.  

O papel estratégico da comunicação interna 

Peço licença à metodologia GPTW e como publicitária e profissional de marketing, ouso dizer que a comunicação interna é um dos motores do Efeito GPTW — ela viabiliza a liderança, molda a experiência das pessoas, fortalece a cultura e, assim, contribui diretamente com a construção e manutenção de excelentes empresas!  

Diante desse contexto, fica evidente que a Comunicação Interna precisa ser intencional, estratégica e, acima de tudo, humana. Mas na prática, o que isso significa para as empresas que desejam conquistar ou manter o selo GPTW?  

A seguir, menciono algumas boas práticas que observamos com frequência em organizações que se destacam por sua cultura e pela experiência positiva que proporcionam às suas pessoas: 
 
Boas práticas de Comunicação Interna recomendadas a empresas que querem conquistar o selo GPTW 

  1. Escuta ativa e canais de diálogo: comunicação de mão dupla, com espaços reais para ouvir as pessoas, acolher sugestões e construir melhorias. A pesquisa GPTW que mede a percepção dos funcionários é um excelente formato para garantir a escuta ativa! 😉 
  1. Transparência constante: informações claras, consistentes e no tempo certo fortalecem a confiança e evitam ruídos. 
  1. Coerência entre discurso e prática: a comunicação precisa refletir valores reais da empresa no dia a dia. Incoerência compromete a credibilidade. 
  1. Reconhecimento e valorização: dar visibilidade às conquistas individuais e coletivas fortalece o orgulho e o senso de pertencimento. 
  1. Aproximação da liderança: costumamos dizer que tudo começa pela liderança (mas deixei no item 5 para inspirar outras reflexões). De toda forma, uma coisa é fato: a percepção do ambiente de trabalho está diretamente ligada à forma como os líderes se comunicam com suas equipes. 
  1. Atenção à inclusão e ao “For All”: adaptar formatos, linguagem e canais para alcançar todos os públicos da organização, do estagiário ao CEO, da geração Z aos baby boomers, independentemente do gênero, crenças e características.  
  1. Reforço contínuo da cultura e propósito: manter o propósito vivo nas mensagens e ações do dia a dia. Aqui no GPTW, nossa missão de construir uma sociedade melhor transformando cada organização em um Great Place To Work está estampada em tudo o que fazemos, falamos e levamos às pessoas (internamente e externamente).  
  1. Rituais e frequência: estabelecer cadência nas ações de comunicação, com rituais consistentes que reforcem a cultura e mantenham o engajamento – Da newsletter interna, da rede social corporativa, às reuniões periódicas, encontros para desenvolvimento e muito mais.  

Na prática, o que as Melhores Empresas fazem? 

Não existe uma receita pronta — cada organização é única. Mas, com base em mais de 30 anos de história e atuação em mais de 170 países, temos aprendido muito com aquelas que se destacam nos rankings GPTW.  

Em comum, elas investem em ações de Comunicação Interna que fortalecem uma cultura de confiança, geram conexão genuína com as pessoas e mantêm a coerência entre o que se diz e o que se vive. 

Entre as práticas mais consistentes observadas nessas empresas, destacam-se: 

  1. Presença ativa da liderança 
    Líderes que se comunicam com clareza, frequência e escutam genuinamente têm impacto direto no clima de confiança. 
  1. Campanhas que reforçam cultura e propósito 
    Histórias reais, linguagem próxima e conexão com o “porquê” das ações fortalecem o orgulho de pertencer. 
  1. Devolutiva e escuta pós-pesquisa 
    Compartilhar os resultados da pesquisa com transparência, envolver os times nas melhorias e manter o diálogo ativo gera engajamento e protagonismo. 
  1. Comunicação inclusiva e adaptada 
    Não basta comunicar: é preciso garantir que todos compreendam, se enxerguem e se sintam parte. 
  1. Reconhecimento público e frequente 
    Valorizar as pessoas e dar visibilidade a conquistas fortalece os vínculos emocionais e a cultura de confiança. 

Compartilho aqui exemplos reais de empresas que têm feito isso com consistência e impacto — e o que podemos aprender com elas. 

Uma empresa premiada do setor de serviços realiza um evento anual imersivo, reunindo colaboradores de todas as regiões para vivenciar, de forma prática, os pilares estratégicos e culturais da organização. Mais do que comunicar formalmente, o encontro conecta pessoas ao propósito, traduz a estratégia em experiências reais e celebra conquistas coletivas — fortalecendo o alinhamento e a confiança. 

Outra organização reconhecida pelo selo GPTW no setor da indústria utiliza mentorings coletivos como espaços recorrentes de diálogo estratégico. Nesses encontros, líderes compartilham atualizações, escutam as equipes e promovem reflexões sobre cultura e negócios, criando proximidade, alinhamento e coerência entre discurso e prática. 

Essa mesma empresa premiada adotou o formato de roadshows internos para apresentar seu Planejamento Estratégico. Em vez de uma comunicação única e generalista, optou por rodadas específicas com diferentes equipes, promovendo conversas mais próximas, adaptadas à realidade de cada público. O resultado: maior engajamento, clareza e senso de pertencimento. 

7 etapas e cuidados para fortalecer o papel estratégico da comunicação interna

  1. Diagnóstico da cultura e da experiência das pessoas: compreender como a cultura é vivida na prática e como a comunicação é percebida pelos diferentes públicos. 
  1. Definição de objetivos estratégicos da comunicação: alinhar a comunicação às metas organizacionais e à cultura desejada. 
  1. Mapeamento de públicos e canais adequados: entender os diferentes perfis e escolher os meios e linguagens mais eficazes para cada grupo. 
  1. Construção de mensagens coerentes com a cultura: reforçar valores, comportamentos esperados e o propósito da organização. 
  1. Engajamento das lideranças como comunicadores: apoiar, preparar e incentivar os líderes a serem agentes ativos da comunicação. 
  1. Execução com consistência, rituais e criatividade: garantir que as ações de comunicação aconteçam com regularidade e relevância. 
  1. Monitoramento contínuo e melhoria constante: avaliar impacto, colher feedbacks e ajustar o plano sempre que necessário. 

Se tem uma coisa que o artigo deixa clara é que Comunicação Interna não é só sobre falar bem, mas sobre fazer sentido para as pessoas. É ela que costura a cultura, traduz a liderança, mantém viva a confiança e transforma valores em atitudes do dia a dia. 

No fim das contas, mais do que canais, campanhas ou manuais, o que realmente conta é a experiência que as pessoas vivem dentro da organização 

Se sua empresa quer ser um excelente lugar para se trabalhar, comece ou continue comunicando de verdade. Com escuta, com clareza, com proximidade. Porque quando a comunicação é boa por dentro, a cultura transborda por fora. ♥ 

O papel estratégico da comunicação interna nas organizações começa pela compreensão da escuta ativa, é nesse contexto que a pesquisa de clima GPTW atua com precisão.  

Convido você a conhecer mais sobre a pesquisa de clima do GPTW, compreendendo como ela pode ajudar a sua organização a se comunicar melhor. 

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