Por: Great Place To Work®

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10 outubro, 2017 • 6:12

No mercado de trabalho, os salários e benefícios são o conjunto oferecido para os funcionários como um capital financeiro em troca da sua jornada de trabalho. A importância deles para as pessoas é incontestável, mas acreditar que apenas eles são instrumentos fundamentais para a valorização das pessoas é uma inverdade.

“Por que você trabalha?” – se fizermos essa pergunta às pessoas, é muito comum ouvirmos que é “para pagar as contas”. Nessa lógica, também costumamos pensar que oferecer maiores salários asseguram os funcionários nas suas organizações, assim como melhoram seu desempenho. Porém, tudo isso é um grande mito.

Qual a diferença entre salário e benefícios?

É comum afirmarem que salário e benefícios são componentes da remuneração das pessoas colaboradoras, por isso, muitas vezes os conceitos de ambos se confundem. A diferença entre eles está inserido também na legislação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), alguns benefícios fazem parte dos direitos trabalhistas.

O salário é o dinheiro pago aos funcionários regularmente pelo seu trabalho, é um reflexo do valor de suas habilidades e experiência variando conforme função, senioridade e condições de mercado.

Os benefícios, por sua vez, são vantagens oferecidas pela empresa para além do salário-base. Como falamos, alguns são garantidos por lei como transporte e vale-refeição. Outros benefícios são oferecidos como um pacote extra para as pessoas, como seguro de vida, plano de saúde, desconto em escolas e academias, entre outros.

O que determina a lei sobre remuneração e benefícios?

O artigo número 457 da CLT determina: “Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber”.

Pensando nos benefícios, há variações conforme o perfil dos funcionários, entretanto, há a predefinição do pagamento de 13º salário, do FGTS e das férias remuneradas. Além disso, outros benefícios conhecidos como “fixos” são o vale alimentação e vale-transporte — que pode ser ofertado de diferentes maneiras conforme a necessidade do funcionário.

Como o salário e benefícios influenciam na motivação dos funcionários?

O salário e os benefícios são recursos de valorização do capital humano da empresa. Além de serem obrigações legais, o valor ganho com esses recursos oferece a possibilidade de bem-estar para as pessoas.

O trabalho faz parte de um processo social que, muitas vezes, contrapõe as pessoas e seus interesses. Trabalhamos sempre em troca de algo, recebendo uma parte da riqueza geral criada pela organização.

Segundo Marx e Engels, sociólogos alemães que trataram o tema de forma aprofundada, o trabalho é um elemento definidor do próprio ser do homem, pois o trabalho gera as condições reais de sua possibilidade de existência. Há uma relação entre o sujeito e a moeda de troca.

A remuneração gera nas pessoas:

  • sensação de reconhecimento;
  • estabilidade financeira;
  • bem-estar social;
  • saúde mental;
  • qualidade de vida;
  • satisfação financeira.

É importante a gestão de pessoas ter em mente, porém, que por mais que as pessoas precisem de dinheiro e apreciam os benefícios atraentes que são concedidos, elas trabalham porque a sua atividade laboral tem um significado e uma importância para a sociedade, de forma direta ou indireta.

Como implementar a política de remuneração e benefícios nas empresas?

Percebemos que o salário e benefícios exercem bastante importância para o bem-estar social, não é mesmo? Naturalmente, isso proporciona impactos no clima organizacional da empresa. A insatisfação com valores e cardápio de benefícios pode proporcionar sentimentos negativos nos funcionários.

Pensando nisso, criar uma política de remuneração e benefícios é extremamente positivo. A própria Organização das Nações Unidas (ONU), por meio do Pacto Global, lançou um Movimento de Salário Digno, no qual as empresas signatárias comprometem-se a garantir um salário 100% digno para todos os funcionários contratados e terceirizados.

Crie objetivos e metas

O primeiro passo para estabelecer uma política de salário e benefícios correto é ter objetivos e metas consolidados. É preciso atender às necessidades e anseios dos profissionais, além de estar compatível com o mercado.

Quando a sua empresa oferece um salário incompatível com o mercado, as chances de perder um profissional para o concorrente é grande. Principalmente se a sua organização foca apenas no salário e benefício como diferenciais para garantir a permanência dos colaboradores.

Estabeleça um plano de cargos e salários

Ao analisar o mercado, você poderá ter um termômetro de como estão as ofertas salariais e os benefícios extras que as empresas concorrentes estão disponibilizando.

A partir dessa análise, a sua empresa poderá criar um plano de cargos e salários. É possível criar uma jornada completa do funcionário, considerando todo o employee experience sobre projeção de carreira.

Ah, mais abaixo neste conteúdo falaremos como criar o sentimento de projeção de carreira para os profissionais é fundamental para diminuir o turnover.

Tipos de salários e benefícios

Para conseguir estabelecer um plano de salários e benefícios saudável para a sua organização, além de considerar o orçamento, é preciso conhecer os variados tipos de remuneração disponíveis.

Variedade de salários existentes

Focando em salários, eles são divididos em três modalidades:

  • salário direto: garantido pela CLT, esse é um valor de pagamento direto do empregador ao funcionário. O valor é combinado previamente mediante as funções desempenhadas na empresa;
  • salário indireto: são as vantagens e convênios oferecidos pela parceria, podendo ser integral ou parcial. Por exemplo, a empresa tem parceria com uma universidade que oferece cursos gratuitos para os funcionários;
  • recompensas: as recompensas são mais pontuais, são oferecidas em situações específicas como o cumprimento de metas.
  • 13º salários: garantido pela CLT, o 13º salário é pago em duas parcelas no final do mês; o valor é percentual ao tempo de casa que o funcionário tem na empresa. Ele é um benefício garantido pela CLT;
  • participação de lucros: em alguns setores a participação de lucros torna-se uma obrigatoriedade em acordo com os sindicatos. Ela é um percentual oferecido aos funcionários considerando o lucro anual da empresa.

Tipos de benefícios

Como falamos anteriormente, existem benefícios que são obrigatórios pela CLT. Eles são chamados de benefícios fixos. Outros são extras oferecidos pela organização, conhecidos como benefícios espontâneos.

  • benefícios legais: férias remuneradas, aposentadoria, previdência privada corporativa, seguro para acidentes de trabalho, auxílio-doença, salário-maternidade, licença paternidade e licença maternidade, adicionais de insalubridade, jornada de trabalho noturno, vale-transporte, vale alimentação, horas extras;
  • benefícios espontâneos: cestas básicas, bolsas de estudo, auxílio funeral, empréstimo de automóvel, refeições subsidiadas, check-up médico, seguro odontológico, licença remunerada em caso de doença, entre outros.

Atualmente, há ainda os benefícios flexíveis, uma modalidade que permite utilizar um valor fixo na forma que o profissional achar melhor. Esse modelo considera como cálculo o vale alimentação, tornando-se flexível para utilizar como pagamento para outras coisas que não são comida apenas.

As pessoas atualmente não trabalham apenas por salários e benefícios

Primeiro, as pessoas não trabalham só por dinheiro, mas porque fazem algo que lhes dá prazer, é útil e faz sentido com o contexto envolvido. Diversos estudos mostram também que um aumento significativo de salário não gera maior satisfação nem maior produtividade. Inclusive, se existe trabalho voluntário, é porque muitas pessoas trabalham de graça, buscando o senso de realização como troca.

Segundo, não é interessante que as organizações ofereçam somente salários, pois os benefícios são complementares e tão importantes quanto os valores líquidos recebidos. Os benefícios têm um relevante papel fidelizador, sendo responsáveis por maior tempo de permanência dos funcionários nas organizações.

Terceiro, quando as pessoas trabalham com uma missão bastante clara e compram a ideia da organização, elas entendem que há um propósito que representa muito mais que qualquer salário.

Quarto, não há salários e benefícios que cubram um bom ambiente de trabalho. Trabalhar em organizações que prezam pelo seu clima organizacional não tem preço! As empresas que apresentam ambientes de trabalho com oportunidades de crescimento, qualidade de vida e alinhamento de valores são aquelas que mantêm seus funcionários mais satisfeitos, ou seja, com índices de confiança mais elevados.

Observem a tabela, que mostra a relação entre fator de permanência e índice de confiança, considerando as médias das melhores empresas para trabalhar no Brasil. Além disso, aqueles funcionários que estão na organização pelo fato de não serem demitidos são aqueles que mais se sentem insatisfeitos com o seu trabalho.

Fator de permanência

Respondentes

Índice de confiança

Oportunidade de crescimento

44%

90

Qualidade de vida

24%

87

Alinhamento de valores

14%

90

Remuneração e benefícios

14%

73

Estabilidade

2%

68

* 2% dos participantes não responderam nenhuma alternativa.

Como ir além dos salários e benefícios?

Em vez de pensar em reter os funcionários, as empresas precisam ter como foco estabelecer motivos para permanência.

Estabelecer um ambiente de confiança, no qual as pessoas sentem desejo de ficar é fundamental. Muitas vezes, uma oferta financeiramente superior pode ser rejeitada por um funcionário que sente-se parte e valorizado dentro da organização.

Essa é uma diferença entre ser uma boa empresa e um Excelente Lugar Para Trabalhar, estabelecer uma conexão com as pessoas para além dos valores financeiros, focando nos valores sociais.

Agora que você compreendeu a importância dos salários e benefícios e os motivos de oferecer mais do que dinheiro para um funcionário, aproveite a sua visita para entender mais sobre os funcionários que ficam nas empresas.

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