Por: Ted Kitterman

Gerente de Conteúdo do Great Place To Work®

Por: Ted Kitterman

Gerente de Conteúdo do Great Place To Work®

29 agosto, 2024 • 11:10

A presença da IA nas empresas é cada vez mais comum. A Inteligência Artificial tem facilitado processos e otimizado ferramentas para tornar mais dinâmica e efetiva algumas funções cotidianas nas organizações.

Pensando na América Latina, mais da metade dos funcionários afirmam estar empolgados para utilizar ferramentas com Inteligência Artificial. Por outro lado, apenas três a cada 10 deles afirmam que suas empresas investem em treinamentos para utilizarem a IA.

Isso é o que aponta um estudo realizado, em março de 2024, pelo Great Place To Work® junto a mais de 5 mil funcionários de empresas por toda a América do Sul, Central, Caribe e México.

Embora haja a expectativa de que o número de funcionários que recebam treinamentos para ferramentas IA cresça diante da maior adesão das empresas nessa tecnologia, algumas empresas já estão se transformando e saindo à frente da concorrência.

O que é Inteligência Artificial?

A Inteligência Artificial (IA) é um conjunto de tecnologia que possibilita aos computadores executarem uma série de funções avançadas, incluindo a capacidade de compreender e traduzir idiomas, analisar dados, realizar processos, realizar pesquisas e muito mais.

Cada vez mais, novas ferramentas são elaboradas a partir do uso da IA, a qual utiliza-se do machine learning para desenvolver ainda mais suas habilidades e corrigir seus erros.

Com esse processo de conhecimento contínuo, a inteligência artificial é alimentada diariamente com informações e dados atualizados. Desta forma, seu trabalho vai sendo aprimorado.

A IA é, atualmente, a espinha dorsal para a computação moderna. Ela agrega valor para indivíduos e empresas — como o ChatGPT. 

A presença da IA nas empresas brasileiras

Recentemente, o crescente uso da inteligência artificial na produção, criação e fundamentação tornou-se um debate e motivação para ações trabalhistas e greves — como as dos roteiristas de Hollywood.

Isso aponta para a frequência do uso da IA nas indústrias, independente da sua área e setor. O cenário de expansão das ferramentas IA nos traz novas perspectivas sobre o mundo do trabalho. 

Diante disso, em 2024, o Relatório de Tendências de Gestão de Pessoas, desenvolvido pelo Great Place To Work em parceria com o ecossistema Great People, abordou a questão sobre o uso da IA dentro das organizações.

Os dados coletados são bastante reveladores e, porque não dizer, surpreendentes. Embora haja um senso comum apontando para a forte presença da IA na rotina dos trabalhadores, apenas 40% das pessoas entrevistadas afirmam que as organizações já fazem o uso da IA em algumas atividades pontuais. Isso para além das 4,7% das pessoas que afirmaram que a IA é o foco da organização

Ou seja, na grande maioria das organizações a IA não está presente diariamente, sendo que para 24,1% das pessoas respondentes a organização está em fase de aprendizado para saber como usar melhor a IA. E, por fim, 31,3% afirmaram que a organização não está trabalhando com o uso de Inteligência Artificial. 

A presença da IA nas empresas latinas

No caso das empresas Latinas, os dados do GPTW indicam que 6 a cada 10 funcionários estão dispostos a utilizarem a IA no seu dia a dia.

Entretanto, apenas três em cada 10 funcionários afirmam que as empresas fazem investimento em treinamento sobre a IA.

A relação entre cultura de confiança e inovação

O grande fator diferencial para a adesão da IA nas empresas — e da inovação, em modo geral — é a cultura. Ou seja, se os funcionários são participativos na mudança ou resistem à elas. Companhias mais inovadoras são aquelas que constroem um alto nível de confiança entre os funcionários.

As organizações que integram a lista das Melhores Empresas para Trabalhar na América Latina™ de 2024 assumiram a liderança desde o início, com mais funcionários relatando uma cultura que inova e se adapta rapidamente às mudanças.

Nove em cada 10 funcionários (90%) destas empresas afirmam que o ambiente de trabalho celebra as pessoas que tentam novas coisas e desenvolvem novos processos, mesmo que esses esforços terminem em falhas. Isso é 31% superior às organizações que não foram premiadas neste ranking.

Justiça como chave para transformação

Ao compararmos a experiência entre os funcionários das empresas premiadas no ranking América Latina com os funcionários das não premiadas, a grande diferença está no senso de justiça.

Na afirmativa: “Os funcionários acham que os gerentes têm favoritos ou promovem promoções com base no mérito” da pesquisa GPTW, o número de funcionários nas Melhores Empresas que responderam que há justiça nas promoções é 74% maior do que os funcionários nas organizações não premiadas.

O senso de justiça é a cultura chave para um ambiente de trabalho inovador e ágil. Quando as pessoas colaboradoras não confiam que todos na empresa têm a mesma oportunidade — promoção, treinamentos ou aumentos salariais —, eles diminuem seu desejo do esforço extra ou param de colaborar com os colegas.

Alguns funcionários podem recorrer a “politicagem” ou “puxar o tapete” para progredir em suas carreiras, experiências que são mais comuns em 100% das organizações não premiadas se comparadas às presentes na lista de Melhores Empresas Para Trabalhar.

Confiança e a presença da IA nas empresas

No estudo desenvolvido pelo Great Place To Work na América do Sul, América Central, Caribe e México, os funcionários afirmam que as pessoas são 23% mais propensas a darem um gás extra no trabalho; e 30% mais propensas a se adaptarem às mudanças com agilidade. Tudo por conta da confiança.

Os ambientes de trabalho com baixa confiança lutam para competir com empresas que investem em seus funcionários. Nas Melhores Empresas Para Trabalhar da América Latina, nove em cada 10 funcionários (91%) afirmam darem um esforço extra no trabalho.

Esse número cai para 64% entre as empresas latinas não premiadas pelo ranking. 

Essa distância percentual é ainda maior quando perguntados sobre a capacidade de se adaptar às mudanças. Nas Melhores Empresas, 93% afirmam ter essa agilidade; entre as não premiadas esse número é de 64%.

A experiência dos colaboradores indica a capacidade da empresa em aproveitar as vantagens oferecidas pela IA. Organizações com funcionários preparados para oferecer um esforço extra e abraçar as mudanças são mais ágeis para a inovação.

Desta forma, fortalecer a confiança é construir um ambiente mais propenso para investir no desenvolvimento de tecnologias e aprendizados sobre a IA.

Como as empresas constroem a confiança para inovar?

Construir a confiança nas empresas não acontece do dia para a noite. As empresas precisam investir na construção de uma cultura capaz de superar todos os desafios do mercado de trabalho.

Listamos três dicas importantes sobre como as Melhores Empresas Para Trabalhar na América Latina estão construindo a confiança entre os funcionários, criando um ambiente ágil e forte para performar na era da Inteligência Artificial.

1. Coletar feedbacks e planejar ações a partir delas

Na Teleperformance, quarta colocada no recorte das multinacionais das Melhores Empresas Para Trabalhar na América Latina, o RH e o time de operação trabalham juntos para analisar os feedbacks de todos os funcionários.

Todos os meses eles desenvolvem planos de ações — a partir da devolutiva das pessoas colaboradoras — para tornar a experiência das pessoas ainda melhor dentro da organização.

Os esforços da escuta incluem a Pesquisa de Clima GPTW, bem como pesquisas pulses e dados de helpdesk do RH.

Transformar os feedbacks dos funcionários em ações no ambiente de trabalho faz com que as pessoas se sintam parte da tomada de decisões, colaborando genuinamente com novas ideias. Isso é essencial para incentivar a capacidade de inovação em toda a organização.

Entre as Melhores Empresas Para Trabalhar, oito em cada 10 funcionários afirmam que a gestão os inclui efetivamente nas decisões que os afetam. E nove em cada 10 funcionários afirmam que a gestão age para tornar efetiva a nova ideia. 

Dentre as empresas não premiadas nesta lista, ambos aspectos caem pela metade. Apenas cinco em cada 10 funcionários afirmam participar ativamente das decisões e que a gestão envolve-se com as ideias propostas pelos colaboradores.

2. Garanta que todas as pessoas funcionárias possam contribuir com novas ideias

Oferecer oportunidades de inovação e mudanças significativas aumenta a relação de confiança entre funcionários e líderes. Nas Melhores Empresas, quando funcionários dizem que tem bastante oportunidades para inovar, eles têm três vezes mais chances de confiar em sua equipe de execução.

Na primeira colocada entre as empresas multinacionais, a DHL, o portal Campfire permite que todos os funcionários encaminhem sugestões, como digitalizar o negócio, como simplificar a comunicação de incidentes e muito mais.

A equipe da linha de frente também contribuiu com ideias para novas ferramentas do DHL Supply Chain, como um mecanismo que impedia que os caminhões se movimentassem durante o carregamento e descarregamento, em Pouso Alegre, interior de Minas Gerais.

3. Encontre novas ideais em talentos negligenciados

Para encontrar as melhores ideias é preciso contar com os melhores talentos. Isso é difícil de fazer quando ignoramos importantes segmentos da população, deixando de lado a diversidade nas empresas.

A Accenture, décima primeira colocada entre as multinacionais do Ranking América Latina, trabalha para contratar e desenvolver pessoas de grupos sub representados com o programa START — um programa de treinamento em tecnologia desenvolvido em 2014.

Em 2022, mais de 900 pessoas passaram por esse programa e 113 estavam contratadas pela Accenture.

A Teleperformance está focada em fazer as mulheres prosperarem nos seus escritórios do Peru e México. Por meio de um programa de mentoria, ela ajuda as mulheres de alto desempenho a alcançarem cargos de liderança. Além de monitorar o recrutamento e desenvolvimento das mulheres em todas as regiões e departamentos.

A empresa comprometeu-se a ter pelo menos 30% de mulheres em seu comitê executivo até 2023. Até esta data, a força de trabalho global da empresa é composta por 54% de mulheres, sendo 48% dos cargos de gestão com liderança feminina.

Ao observarmos o comportamento das organizações latinas, percebemos que a IA nas empresas depende de uma cultura de confiança na inovação. Esse fator é fundamental para oferecer oportunidades de avanços tanto para funcionários, como para o negócio.

Se você deseja conhecer o Índice de Velocidade de Inovação da sua empresa e as barreiras que impedem a agilidade de inovar, aproveite a visita para conhecer a Pesquisa GPTW com nossos especialistas.

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