O benchmarking é uma das ferramentas mais importantes para sobrevivência e crescimento das organizações. Com ele, atividades bem-sucedidas são tomadas como referência, e suas práticas viram padrões a serem seguidos, por quem deseja evoluir em um segmento comparável.
Para isso, as metas deixam de ser pautadas em ideias e imaginação. Assim, o alvo estará embasado naquilo que outra organização já concretizou e que pode ser usado como referência para as atividades da sua empresa, com objetivos realistas.
Quer entender mais sobre o benchmarking e conhecer a importância dessa ferramenta para as empresas? Continue a leitura!
O que é benchmarking?
Benchmarking é um termo frequentemente utilizado no mundo corporativo, mas de onde veio e qual é a sua definição?
Essa denominação surgiu na década de 1970, introduzida pela XEROX. Na época, a organização via o avanço da Canon, e buscou o conhecimento sobre quais seriam as práticas e modelos de trabalho que criavam vantagens competitivas para a concorrente japonesa.
Ademais, a American Society for Quality (ASQ) define benchmarking como o processo de medição e comparação contínua de uma organização em relação às empresas líderes em determinado contexto, a fim de obter a informação que ajude a empreender ações destinadas à melhoria de desempenho.
Já em “Benchmarking: The Search for Industry Best Practices that Lead to Superior Performance” de Robert Camp, esse processo é dividido em quatro etapas:
- planejamento: definimos as atividades comparáveis da nossa empresa, as organizações que servem de referência e a metodologia de comparação;
- análise: avaliamos a referência e entendemos quão distante estamos da excelência de mercado;
- integração: absorvemos os resultados internamente, definindo metas e projetos para melhoria;
- ações: implementamos as medidas corretivas.
Perceba que o benchmarking não é uma cópia, mas o entendimento do sucesso e busca por alcançar os níveis de qualidade das práticas tomadas como referência. Desse modo, algumas organizações trocam informações para avançarem em conjunto. Logo, a importância dele vai além de um processo de avaliação entre concorrentes.
Qual a importância do benchmarking nas empresas?
A relevância dele está associada principalmente à competitividade e inovação. Já que uma vez ligadas a esses dois pontos fundamentais, gera resultados pertinentes para sobrevivência e o crescimento das empresas.
Na prática, esse processo mobiliza os talentos e define objetivos claros de inovação. Para isso, devemos olhar para a distância entre a organização e os padrões de referência, incentivando os colaboradores a darem sugestões, concederem feedbacks e participarem de projetos para reduzir o gap.
Nesse sentido, as inovações surgidas na empresa podem até superar a referência, pois como as pessoas são diferentes entre si, o capital humano interno pode chegar a conclusões distintas mesmo diante de problemas similares.
Além disso, a competitividade da empresa será potencializada a partir de metas realistas, que consideram o que outras organizações fizeram em segmentos comparáveis.
Por exemplo, se um gestor deseja melhorar o produto com pior desempenho de vendas do portfólio, o benchmarking pode olhar diretamente para o concorrente e ver o que ele está fazendo de correto.
Mas também, pode dar foco ao recrutamento e seleção, processo de pesquisa e desenvolvimento, formação de líderes e outras atividades da organização de segmentos completamente distintos, para chegar no objetivo de referência.
Ademais, temos o exemplo do benchmarking funcional, em que o foco são áreas especializadas como: departamentos jurídicos, financeiros e contábeis. Aqui, a prática de referência também pode estar em uma empresa que não tem a ver com o core business.
Por fim, vale ressaltar que ele é uma das ferramentas que melhor se adapta à Transformação Digital, já que os dados estão mais acessíveis, fáceis de coletar e interpretar.
Ainda, muitas empresas nascem focadas em inovação como as startups, e isso pode inspirar mudanças. Outro ponto interessante, é que a concorrência indireta foi ampliada e existem diversas empresas pesquisando e desenvolvendo ações, desenvolvendo boas referências no mercado.
Como o benchmarking pode ser implementado?
Como vimos, o planejamento de benchmarking está dividido em três atividades: definição de parâmetros internos, levantamento de referências e fixação de metodologia comparativa.
Por meio delas, viabilizamos as demais etapas do processo: análise, integração e ação. Veja o passo a passo, abaixo:
Defina os parâmetros
A largada é definir o que das suas atividades, é comparável com aquilo que organizações bem-sucedidas fazem. Normalmente, partimos de uma dor interna, como: desperdícios na produção, quedas nas vendas, funcionários saindo da empresa, taxa de turnover elevada, colaboradores desmotivados, entre outros.
É importante que a insatisfação seja traduzida em indicadores de desempenho, permitindo uma comparação objetiva com a referência. Por exemplo, em vez de comparar a satisfação dos colaboradores de forma genérica, podemos usar o e-NPS e ter um dado concreto para trabalhar com a ferramenta.
Procure organizações de referência
O passo seguinte é fazer um levantamento das empresas bem-sucedidas em resolver o problema que estamos enfrentando. Como visto, esse mapeamento pode ter em mente concorrentes diretos e indiretos, bem como organizações de outros segmentos de mercado.
Escolha a metodologia de comparação
A seguir, precisamos definir quais são os mecanismos de pesquisa para avaliar os parâmetros internos e as referências. Ao final, as práticas bem-sucedidas devem formar modelos de comparação com as atividades da empresa, em que haverá um gap entre o resultado atual e o benchmark.
Explore os resultados
O conhecimento é formado nas etapas de análise e integração, mencionadas anteriormente. Isso é, após levantar os dados internos e externos, a equipe responsável deve avaliá-los e absorvê-los na empresa.
Nesse sentido, a integração acontece principalmente quando a empresa consegue entender o que faz a referência ser bem-sucedida. E, a partir daí, são estabelecidas as metas de melhoria interna para orientar as ações.
Crie um plano de ação
A última etapa é levantar e implementar as medidas corretivas com o objetivo de promover melhorias internas. Além disso, periodicamente, os indicadores de desempenho devem ser aplicados para verificar se a empresa está no caminho certo e se aproxima dos resultados.
Para sintetizar as etapas, considere uma empresa com elevados níveis de rotatividade de pessoal. Para aplicar essa técnica, vimos que ela primeiro vai definir claramente esse parâmetro, por exemplo, uma rotatividade de 25% ao ano e um EVP baseado em salário.
A seguir, ela teria de buscar organizações com atividades comparáveis. Se optasse pelas empresas com selo GPTW, veria que a EVP dessas organizações trazem perspectiva de crescimento, qualidade de vida e alinhamento de valores.
Depois, o processo seguiria com a escolha das organizações e buscaria conhecer quais atividades geram a perspectiva de crescimento, a qualidade de vida e o alinhamento de valores. Com isso, é possível perceber o quão distante está das melhores práticas, iniciando o processo de definir metas e medidas corretivas.
Como podemos ajudar a sua empresa?
Felizmente, o Great Place to Work é um grande especialista em benchmarking! Contamos com um benchmark global das melhores práticas de mercado, pois atuamos em mais de 90 países, atendendo anualmente mais de 12.000 empresas e impactando mais de 20 milhões de pessoas com nossos projetos!
O GPTW tem aplicado pesquisas nos últimos 25 anos, e anualmente coleta dados de mais de 10 mil empresas e 12 milhões de funcionários. Com esse volume de informações, é possível fornecer benchmark dos mais diversos estratos, como: diferentes regiões, tipos de empresas e, claro, ramo de atividade, contemplando setores e subsetores.
Com o diagnóstico organizacional, você consegue cumprir todas as etapas do processo, indo do planejamento até a ação. Isso porque, colocamos diversos mecanismos, como culture audit, pesquisa de clima organizacional e banco de conhecimento, para você fazer o levantamento dos parâmetros de comparação e das referências de mercado.
Para responder a pergunta: Por que é importante fazer uma análise de benchmarking? Baseado na afirmação “tudo é relativo” de Albert Einstein. Devemos, sim, comparar todo e qualquer resultado com alguma régua relevante.
A exemplo disso, uma organização é considerada boa para trabalhar quando atinge pelo menos uma nota de 70 no seu Trust Index (índice de confiança), recebendo a certificação GPTW por 12 meses.
Contudo, mesmo que a média seja 70, esse resultado pode melhorar! Já que a nota das 150 melhores empresas foi de 89 em 2020, então para estar entre as premiadas, a barra fica mais para cima.
Ainda, uma empresa que apresenta a afirmativa de que a quantia recebida como participação nos resultados da empresa é justa, se tiver a média em 70 não é ruim, pois nesse quesito, a nota das 150 melhores do país é essa.
Entretanto, se a nota for de 90, relacionada a segurança física do ambiente de trabalho, fica abaixo, porque a média das premiadas é de 96.
Logo, ser uma organização certificada ou até estar entre as melhores empresas para trabalhar é claramente positivo e exige esforço. Porém, os aspectos do ambiente de trabalho devem ser analisados por assunto, considerando que a organização vai bem ou mal dependendo da comparação que é feita.
Por isso, fazer benchmarking é essencial! Aqui no GPTW atuamos com essa ferramenta para ajudar empresas nos processos de desenvolvimento organizacional, disponibilizando um banco de conhecimento e uma jornada lógica para ela se tornar um excelente lugar para trabalhar
Agora, é só você escolher o seu benchmark e começar a atuar de forma estratégica! Gostou? Se quiser ficar atualizado com as práticas de referência em gestão de talentos, assine nossa newsletter e acompanhe as tendências do mercado!
1 comentário
Esclarecedor o artigo em referência. Muito bom.