Por: Great Place To Work®

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21 junho, 2022 • 12:34

Uma boa proposta de valor para o colaborador apresenta as oportunidades de crescimento como diferencial para atração e permanência de talentos. A carreira em W é uma das estratégias para gerar esses benefícios, e vale a pena conhecê-la.

A tendência, atualmente, é de carreiras não lineares e diversas variações no que diz respeito a como os colaboradores podem ser promovidos. A partir delas, conseguimos não apenas gerar oportunidades internas, como melhor aproveitar o capital humano da organização.

Entenda como funciona a carreira W e quais são as situações em que esse modelo pode ser aplicado aos planos de carreira. Vamos lá?

O que é a Carreira em W?

A carreira em W é a progressão profissional em que os cargos promovem a integração de perfis técnicos e gerenciais. Com isso, a empresa tem acesso a lideranças técnicas, que serão adequadas para diversas situações.

Nesse sentido, temos duas mudanças importantes. A primeira é definir como a empresa vai desenhar os planos de carreira: cargos, atribuições e requisitos. A segunda é guiar o processo de desenvolvimento individual, indicando quais são as competências e experiências relevantes para crescer na organização.

O que é Plano de Carreira?

Plano de carreira é um conjunto de objetivos profissionais, formando um caminho que pode ser percorrido por uma pessoa funcionária dentro da organização. Ele estipula as posições hierárquicas dentro de uma empresa, atribuindo competências e habilidades necessárias para cada função.

Existem formatos variado para desenhar um plano de carreira, como descrevemos abaixo.

Carreira linear

No passado, a forma de promover e desenvolver pessoas era mais baseada na carreira linear. Em certo ponto, geralmente, a pessoa ingressava em uma trajetória de crescimento, subindo em diferentes cargos e funções gerenciais: supervisor, gerente, executivo, diretor, por exemplo.

A tendência, portanto, é o distanciamento do aspecto técnico e o foco em liderança e gestão. Um contador, para ilustrar, estaria cada vez mais distante de realizar os balanços e demonstrativos financeiros, assim como um engenheiro de software já não estaria diretamente envolvido na programação e criação de soluções no dia a dia.

Carreira em Y

Carreira Y é o plano de carreia que possibilita duas oportunidades para o funcionário, conforme o seu perfil profissional.

O ípsilon representa um caminho que segue em linha reta e abre alternativas: técnica e gerencial. Assim, aqueles que não desejam seguir uma carreira de gestão podem se tornar profissionais cada vez mais especializados em suas áreas.

Carreira em W

Por sua vez, a carreira em W realiza a integração entre o aspecto técnico e gerencial. Em vez de dois caminhos separados, criamos um novo — que exige competências e experiências ligadas a ambas dimensões. Nos exemplos anteriores, seriam contadores e engenheiros que, mesmo gerindo a equipe, continuam participando das atividades específicas de suas áreas de atuação.

Perceba que temos mais opções para criar oportunidades internas e desenvolver os colaboradores. Não é uma questão de certo ou errado, mas de diferentes estratégias para serem aplicadas conforme a situação.

Plano de Carreira e a Geração Z

A Geração Z têm gerado desafios para muitas gestões de pessoas. O dinamismo destas pessoas têm alterado o padrão dos planos de carreira, dando maior autonomia para que os funcionários desenvolvam o seu caminho.

Compreendendo que o plano de carreira de uma pessoa não limita-se à uma empresa, a gestão de pessoas têm estimulado que os colaboradores façam o desenho de suas carreiras para além das posições e caminhos oferecidos dentro da organização.

Embora possa parecer contraditório, isso age como um estimulante no desejo de permanecer na empresa. Pois dessa forma o profissional pode elaborar o seu propósito, ter a sensação de rápido desenvolvimento e flexibilizar suas habilidades conforme às necessidades. Características marcantes da geração Z.

Quais são os objetivos da carreira profissional em W?

O modelo de carreira W tem como principal objetivo o de criar condições para que a empresa concretize suas metas, dispondo de funcionários com as competências necessárias para suprir as demandas.

Neste modelo, é possível fazer sistematização da evolução de cargos, garantir mais produtividade, potencializar habilidades das pessoas, qualificar a mão de obra e as decisões tomadas pelas lideranças.

Tudo isso por oferecer maior adaptabilidade do cenário profissional às características e desejos dos funcionários.

Em resumo, os objetivos da carreira em W são:

  • sistematizar a evolução de cargos;
  • garantir a produtividade das pessoas;
  • potencializar as habilidades dos funcionários;
  • garantir melhor performance nos resultados;
  • qualificar os profissionais para os cargos de liderança;
  • estimula a tomada de decisões com mais precisão.

Qual a diferença entre a carreira em W e em Y?

A carreira em W ou a carreira em Y visam projetar crescimento profissional para os funcionários. São formatos que indicam caminhos conforme a potencialidade das pessoas, entretanto, fazem essa progressão de maneira diferentes.

Enquanto o modelo em Y oferece duas vertentes distintas, o modelo em W acredita que uma opção não invalida a outra.

No formato em Y, o profissional deve optar pelo caminho da gestão ou especialização na sua área. Desta forma, em determinado ponto do desenvolvimento, ele começa a passa a direcionar seus treinamentos e capacitações para a vertente escolhida.

No formato em W, o profissional pode estar em constante busca por conhecimentos técnicos. Nesse formato, ele poderá assumir distintos papéis em projetos diferentes dentro da mesma empresa. Pode ser liderança, pode ser uma pessoa liderada, tudo configurado com o contexto e a necessidade.

Quais são as 6 vantagens da carreira em W para os colaboradores?

Para entender quando aplicar a carreira em W, um bom começo é conhecer os benefícios para os colaboradores. Em geral, cinco vantagens se destacam.

1. Ser um profissional mais flexível

O colaborador não está preso a uma única opção de desenvolvimento de carreira, podendo seguir a trajetória profissional mais compatível com seu potencial. Além disso, tem mais facilidade para migrar para posições mais técnicas ou gerenciais, se for necessário.

Imagine, por exemplo, que surge uma oportunidade em um cargo executivo. O profissional que se desenvolveu no perfil da carreira em W terá mais facilidade para realizar a migração do que alguém que tem apenas a experiência como especialista.

2. Valorizar a comunicação interpessoal

Em diversas áreas, o dia a dia é mais produtivo. Isso pela comunicação ser mais direta e integrada, com o profissional sendo um facilitador no trabalho dos liderados e estando mais próximo das equipes.

3. Ter oportunidades de crescimento profissional

Muito em função dos softwares de gestão, as empresas precisam de menos administradores para atingir os mesmos resultados. Portanto, a carreira linear nem sempre oferece menos oportunidades atualmente.

Já na carreira em W, os profissionais de áreas técnicas podem continuar a crescer dentro da empresa, ainda que não assumam cargos na estrutura administrativa. Há novos caminhos para o crescimento e desenvolvimento de pessoas.

5. Trabalhar em sua área de atuação

A identificação com as tarefas do cargo aumenta com a carreira em W. Uma pessoa que gosta de Tecnologia da Informação, Direito, Contabilidade, Finanças ou RH, por exemplo, não precisa abrir mão de sua atuação na área específica para crescer na empresa.

Nem todo mundo se identifica com as tarefas administrativas e gerenciais. Ter alternativas a esse caminho permite alocar as pessoas em funções em que se sentem mais confortáveis e felizes no trabalho.

6. Atingirem uma alta performance

Quando pensamos em variações na carreira linear, buscamos adaptar os cargos para que as pessoas possam ter um melhor desempenho. Assim, os talentos podem dar o melhor de si, em funções mais aderentes às suas competências profissionais.

Um dos impactos mais importantes é o colaborador ser mais produtivo em suas atividades. Com isso, além dos benefícios para a empresa, as pessoas têm mais chances de se destacarem e serem reconhecidas dentro da organização.

Vale a pena investir na carreira em W?

As empresas podem aplicar a carreira em W para atingir diferentes objetivos. Confira algumas vantagens de utilizar esse modelo.

Reduza gaps de competência

Os cargos da carreira em W permitem que a empresa aproveite as competências dos colaboradores com mais eficiência. Assim, a organização pode atender a requisitos para implementar a sua estratégia de negócios, construir vantagens competitivas e ter diferenciais, por exemplo.

Isso ocorre porque as necessidades da empresa não seguem rigorosamente as classificações criadas na teoria. Diferentes perfis profissionais podem ser exigidos para o sucesso da organização, além de pessoas com múltiplas competências.

Quanto mais tipos de carreira temos em nosso repertório, maiores são as chances de chegarmos a um modelo aderente às particularidades da organização. Logo, deixamos menos lacunas em aberto ao desenhar os cargos e funções.

Rompa com hierarquias

A liderança na carreira em W é mais horizontal. Na gestão com perfil técnico, temos uma atividade ligada à facilitação e cooperação que ao comando. Inclusive, é possível que haja rotação na posição à frente da equipe, conforme as características dos projetos ou atividades que precisam ser realizadas.

Esse rompimento de hierarquias é útil quando desejamos mais agilidade, criatividade e inovação no ambiente de trabalho. Logo, a empresa consegue usar o modelo para promover algumas mudanças em sua cultura, sendo um processo fundamental tanto em carreiras em W ou outros modelos.

Obtenha ganhos de performance

Assim como o colaborador se beneficia das melhorias de desempenho, a organização tem mais chances de ser bem-sucedida com pessoas produtivas em seus quadros. Nesse sentido, a carreira em W pode trazer vantagens em diferentes níveis.

Em síntese, criar oportunidades de crescimento é uma forma de manter as pessoas mais engajadas e motivadas na empresa. Há um motivo claro para entregar valor para a organização, pois o profissional pode ser promovido.

Ademais, existe mais adequação dos cargos às competências dos colaboradores. Imagine um profissional de RH especializado em recrutamento e seleção. Se migrarmos esse colaborador apenas para as funções gerenciais, perderíamos o valor gerado nos processos de agregar pessoas. Por outro lado, não faz sentido bloquear o crescimento pela competência demonstrada na função.

A carreira em W permitiria que o profissional assumisse a posição de liderança, mas também contribuísse na atividade técnica. Portanto, temos um cargo que retira o máximo do colaborador.

Como implementar a carreira em W?

A carreira em W possibilita que a empresa rompa hierarquias, permite uma atuação mais integrada ou cria cargos que combinam funções técnicas e gerenciais. Por isso, deve ser implementada nas áreas e empresas em que essas características fazem sentido para a estratégia da organização. Veja algumas dicas.

Verifique o perfil do profissional

O ponto de partida é entender as características de cada setor da empresa. É muito comum que a carreira em W seja aplicável a departamentos em que as equipes são organizadas por projetos ou que realizam atividades especializadas.

Nos projetos, a liderança que coloca a mão na massa é bastante comum. Além disso, é possível implementar a rotação de profissionais à frente das equipes, de acordo com as características da solução que será desenvolvida.

Nas áreas especializadas, a carreira W é mais uma opção, junto à carreira em Y. Isto é, alguns profissionais focam em especializações cada vez mais aprofundadas, já outros mesclam esse perfil com o gerencial, liderando o grupo sem deixar de participar das atividades técnicas.

Por sua vez, nas áreas mais administrativas, uma tendência similar à carreira W é a formação dos profissionais T shaped. Nesse caso, o perfil profissional tem os conhecimentos generalistas exigidos pela gestão, mas é um especialista em alguma área, como um administrador de pessoal ou especialista em gestão de benefícios.

Coordene o plano de carreira com o desenvolvimento de pessoas

Ao identificar em que áreas a carreira em W será adotada, a empresa precisa buscar capacitações que ajudem as pessoas a desenvolverem o novo perfil. É muito comum, por exemplo, usar a formação de lideranças.

As competências de liderança podem ser desenvolvidas pelo colaborador com perfil mais técnico, facilitando a transição para o novo modelo. Essas capacitações deixam de focar apenas profissionais de gestão, podendo se destinar a qualquer pessoa.

Integre a carreira em W com a cultura organizacional

A carreira em W pode criar resistência interna, pois muda as regras para crescer dentro da empresa. Por isso, junto à construção do plano, é importante sensibilizar os colaboradores sobre a necessidade de mudanças.

Uma boa prática é criar ou atualizar o manual do colaborador. Nesse documento, a organização pode explicar o funcionamento das carreiras, indicando quais são os requisitos e vantagens das mudanças realizadas.

Produzir materiais em vídeo também ajuda a esclarecer os benefícios. É importante focar no aumento e diversificação das oportunidades, esclarecendo que as pessoas não estão mais restritas ao modelo linear.

A pesquisa de clima organizacional é outra medida para preparar a organização. Nela, escutamos os colaboradores sobre como é a experiência de trabalhar na empresa. Assim, se houver insatisfação com as oportunidades de crescimento e planos de carreira, ela será capturada pelos resultados.

Sendo assim, você pode não apenas entender quais são os cargos que precisam de melhorias, mas legitimar as mudanças ouvindo os colaboradores.

Estabeleça metas

Um elemento fundamental para o plano de carreira funcionar é: estabelecer metas e objetivos claros, reais e alcançáveis. O RH e gestores precisam organizar a hierarquização da empresa, criando as condições para promoções e sucessões.

Esse é um processo que precisa de máxima transparência. Garantindo que as pessoas consigam entender os caminhos que estão sendo apresentados.

Determine os setores que o modelo mais faz sentido

O modelo de carreira W pode ser incompatível para algumas empresas e setores. Por isso, um cuidado importante antes da implementação é realizar um estudo apurado sobre cada departamento, conhecendo suas funções, o volume de demanda e capacidade de realização das tarefas.

Em times pequenos, por exemplo, a carreira W pode gerar dificuldades se não há capacidade de extensão no número de funcionários na equipe.

Ao combinar essas dicas, você aumenta a probabilidade de implementar a carreira em W nos setores e atividades mais adequadas para esse modelo. Logo, pode colher os benefícios dessa tendência na sua empresa.

Se você se interessou pela carreira em W e quer conhecer outras alternativas ao modelo linear, confira o artigo “Plano de carreira: ainda faz sentido no mundo da transformação digital?” e complemente a sua leitura!

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